Na terça-feira, o presidente-executivo do grupo, Michael O’Leary, declarou que a nova gestão da Boeing “segue desapontando” e que os prazos de entrega estavam sendo descumpridos. A companhia aérea irlandesa, uma das maiores clientes da fabricante, destacou o risco de receber entre 20 e 25 aeronaves 737 MAX antes do próximo verão, em lugar das 29 planejadas.
“As coisas continuam a piorar um pouco, tem sido decepcionante”, disse O’Leary em uma entrevista à Reuters.
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com Stephanie Pope e a nova equipe da Boeing, mas eles continuam nos decepcionando”, comentou ele, mencionando o chefe da Boeing Commercial Airplanes, que assumiu o cargo em março.
Em julho, a Boeing nomeou Kelly Ortberg, experiente na indústria aeroespacial, como seu novo CEO. A companhia prometeu incrementar a produção até o final do ano, depois de sofrer com dificuldades na cadeia de suprimentos e com uma linha de montagem mais lenta desde que um plugue de porta explodiu em um 737 MAX 9 no dia 5 de janeiro, o que aumentou o escrutínio regulatório.
Segundo O’Leary, a Ryanair recebeu cinco aeronaves em julho, em vez das sete inicialmente programadas, e agora estima receber apenas cinco das 10 esperadas para agosto.
A Ryanair divulgou em julho que a Boeing havia comunicado que algumas entregas do 737 MAX, previstas para a próxima primavera, seriam adiadas até o auge do verão de 2025, repetindo os atrasos deste ano, que forçaram uma redução nos volumes de tráfego durante o verão.
Com destaque na aviação europeia, a Ryanair possui 150 pedidos firmes para o MAX 10 e opções para mais 150, com entregas iniciais previstas para 2027. O’Leary observou que a certificação do MAX 7, originalmente esperada para o final deste ano, foi postergada para o primeiro semestre de 2025. Ele disse que era “impossível saber” se a certificação do MAX 10 seria realizada no prazo, no primeiro semestre de 2025. “É um desafio diário com a Boeing.”
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