Prestes a realizar a primeira visita na América Latina, o Airbus A300-600ST, mais conhecido como Beluga Super Transporter (ST), fará a sua estreia no Brasil via Fortaleza e Campinas para trazer a primeira unidade do helicóptero H160 para terras brasileiras.
Com um design bastante peculiar, o nome Beluga, a baleia-branca serviu de inspiração de batismo de uma das aeronaves mais icônicas da história da Airbus que serviu como um dos principais pilares do fabricante europeu para a sua ascensão durante a década de 1990.
Construído para ser o sucessor do Super Guppy, que nada mais era uma versão militar do Boeing 377 designado como C97J Turbo Stratocruiser, o Beluga foi desenvolvido pela Airbus para facilitar o transporte de fuselagens, asas e peças entre as plantas do fabricante na Europa, mais especificamente nas linhas de produção da França, Alemanha, Espanha e o Reino Unido.
Apesar de ser uma aeronave cargueira extragrande, o Beluga se diferencia do Antonov An-124 pela sua capacidade de transporte de cargas volumosas, papel que se tornou primordial após a perda do Antonov An-225 nos conflitos da Ucrânia.

Para que fosse possível receber itens volumosos, o Beluga recebeu uma espécie de ‘corcunda’ para facilitar a logística e a manobrabilidade da carga, deixando o cockpit da aeronave um pouco abaixo da posição original do A300. A sua porta principal de carga possui uma altura de 16,78 metros.
Desenvolvido em 1991, o Beluga iniciou o seu processo de homologação em setembro de 1994 a partir de Toulouse, iniciando a sua vida operacional em 1996, e assim, começava uma nova era no lugar dos obsoletos Super Guppy, operados exclusivamente pela Airbus Transport International (AIT).

Tendo a sua capacidade de logística aprimorada, principalmente para cargas superdimensionadas, a Airbus tinha ao seu favor uma aeronave própria para alavancar o e na produção do A320 e A330/340, respectivamente.
Capaz de transportar cargas com 1.500 m³ ou 47 toneladas , o seu compartimento de carga possui 7,08 m de altura e 38 metros de comprimento, espaço suficiente para transportar seções fuselagens ou até dois helicópteros, a depender do modelo.

Além disso, por conta do seu design e capacidade aprimorada para transportar cargas, o Beluga possui exclusivamente uma plataforma de elevação de cargas desenvolvido pela Airbus com 32 metros de comprimento, sendo que a sua rampa possui 12 metros de comprimento e 5 metros de largura, podendo elevar cargas com até 100 toneladas e pode ser alimentado por um gerador instalado na própria aeronave.
A primeira versão do Beluga é alimentada pelos motores GE CF6-80C2A8, garantindo ao gigante jato cargueiro uma velocidade máxima de cruzeiro de 0,7 Mach e teto máximo de operação de 10670 metros.
Com 5 unidades produzidas da versão A300-600ST (sendo 4 operacionais atualmente), a Airbus ampliou as suas necessidades logísticas por conta de uma maior demanda, e assim, de uma maior aeronave, foi então que a Airbus desenvolveu o Beluga XL, se tornando o maior avião cargueiro do fabricante europeu.
O BelugaXL pode transportar duas asas do A350 XWB em comparação com o BelugaST, que só tem capacidade para transportar uma. Com uma carga útil máxima de 51 toneladas, o modelo tem autonomia de 4000 km (2.200 milhas náuticas).

Curiosamente, o BelugaXL é baseado em um A330-200 Cargueiro, possibilitando a reutilização de componentes e equipamentos existentes, e possui motores Rolls-Royce Trent 700.
A cabine de comando rebaixada, a estrutura do compartimento de carga, a traseira e a cauda foram recentemente desenvolvidas em conjunto com parceiros, dando à aeronave sua aparência distinta com uma pintura carismática de uma Baleia.
Além de peças e partes de aeronaves, o Beluga também já foi empregado para transporte de peças de estações espaciais, satélites, incluindo um tanque de combustível para uma nave espacial e cagas para a ISS em parceria com a NASA.
Por fim, por ter o seu interior bastante diferenciado, a iluminação interna do compartimento de cargas do Beluga está instalado no chão, o que torna sem dúvidas um dos aviões mais icônicos da história da aviação.