Agora na OTAN, caças Gripen da Suécia interceptam aeronaves russas

Caças Gripen da Suécia interceptaram aviões militares russos pela primeira vez como parte da OTAN. Imagem: OTAN/Divulgação.

Caças Saab JAS-39 Gripen da Força Aérea Sueca interceptaram aeronaves militares da Rússia na segunda-feira (11). As ações sobre o Mar Báltico ocorreram no mesmo dia em que a Suécia se tornou oficialmente a 32ª nação a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). 

PUBLICIDADE

As duas interceptações foram coordenadas pelo Centro Combinado de Operações Aéreas (CAOC) da OTAN em Uedem, no sul da Alemanha. No primeiro alerta, o órgão da aliança militar liderada pelos Estados Unidos detectou um alvo não identificado sem plano de voo sobre o Mar Báltico.

Caças Gripen da Suécia foram acionados para interceptar o avião, com apoio de caças F-16 Fighting Falcon belgas, operando da Base Aérea de Šiauliai, na Lituânia. O alvo foi identificado pelos militares como um jato de ageiros Tupolev Tu-134 Crusty, com marcações da Aviação Naval Russa, voando do exclave de Kaliningrado à Rússia continental.

Interceptação de um An-26 da Rússia por um Gripen sueco e um Typhoon alemão. OTAN/Divulgação.
Interceptação de um An-26 da Rússia por um Gripen sueco e um Typhoon alemão. OTAN/Divulgação.

Mais tarde o CAOC detectou outra aeronave não identificada e acionou caças Eurofighter Typhoon da Alemanha, que decolaram da de Lielvarde, na Letônia, juntamente dos JAS-39 Gripen. Os interceptadores alemães e suecos realizaram a identificação visual de uma aeronave militar russa, desta vez um cargueiro turboélice An-26 Curl, também sem plano de voo. 

No meio da missão, o CAOC designou os caças para acompanhar outro avião russo, novamente identificado como um Tu-134. Concluídas as interceptações, os caças da Bélgica, Alemanha e Suécia regressaram às suas bases em segurança. 

Nas imagens divulgadas pela OTAN, nenhum dos Gripens é visto carregando mísseis, apenas tanques de combustível subalares e casulos LITENING para identificação de alvos e orientação de armas ar-solo. Os canhões de 27mm, no entanto, possivelmente estavam municiados.

Par de JAS-39 Gripen da Suécia ao lado de um F-16 belga durante as interceptações. OTAN/Divulgação.
Par de JAS-39 Gripen da Suécia ao lado de um F-16 belga durante as interceptações. OTAN/Divulgação.

As interceptações são parte da missão permanente da OTAN de Policiamento Aéreo do Báltico (BAP). A Organização é responsável pela defesa aérea do Báltico desde 2004, quando Estônia, Letônia e Lituânia se juntaram à aliança militar. Durante as BAP, os aliados se revezam regularmente para cumprir a missão, empregando destacamentos com quatro a seis aviões de caça e 50 a 100 militares no norte europeu. 

Embora já tenha participado de ações ao lado da OTAN, as interceptações da última segunda-feira marcam a primeira missão real dos militares suecos como parte da aliança militar. “É uma demonstração impressionante da profunda integração que a Força Aérea Sueca alcançou com as forças de Policiamento Aéreo da OTAN e da interoperabilidade estreita e suave em apoio à salvaguarda da OTAN no Mar Báltico”, destacou o Comando Aéreo da OTAN.  

PUBLICIDADE

A Suécia, junto da Finlândia, decidiu aderir à Organização em 2022, abandonando seu histórico status de neutralidade. A decisão é resultado da invasão da Rússia na Ucrânia, uma guerra que completou dois anos sem qualquer perspectiva concreta para um fim. Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, disse que a entrada da Suécia mostra que as portas da aliança estão abertas e que ninguém poderá fechá-las. 

Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Interceptação, OTAN, Rússia, Suécia