Após incêndio, Marinha dos EUA repara caça F/A-18 Super Hornet a bordo de porta-aviões

Caça F/A-18E Super Hornet do esquadrão VFA-136 sendo catapulado do porta-aviões USS George H. W. Bush. Foto: Marinha dos EUA.

Militares da Marinha dos EUA (USN) realizaram reparos inéditos em um caça F/A-18 Super Hornet a bordo de um porta-aviões. A aeronave havia sofrido um incêndio em voo, sendo gravemente danificada, mas foi posta de volta ao serviço depois de ficar mais de um mês em manutenção a bordo do USS George H. W. Bush (CVN-77). 

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No dia 31 de agosto de 2022, logo após o início da viagem operacional do CVN-77, o F/A-18E do esquadrão VFA-136 Knighthawks sofreu um incêndio no motor direito. O piloto conseguiu voltar ao navio e pousar em segurança com apenas um motor.

Mecânicos e especialistas avaliaram o caça após o incidente. Segundo a Marinha, o fogo danificou formadores, portas de ventilação, revestimentos 68R e S11, o compartimento do motor e demais componentes associados.

Mecânicos Michael Vallely e Daniel Wondering do FRCSW  raspam ilhós de titânio na porta do compartimento do motor do F/A-18 danificado durante os trabalhos de restauração a bordo do porta-aviões. Foto: Marinha dos EUA.
Mecânicos Michael Vallely e Daniel Wondering do FRCSW raspam ilhós de titânio na porta do compartimento do motor do F/A-18 danificado durante os trabalhos de restauração a bordo do porta-aviões. Foto: Marinha dos EUA.

Com danos tão extensos, a aeronave ficaria inativa pelo resto do deslocamento, sendo eventualmente retirada do navio para reparos em solo. “Os danos do incêndio foram extensos o suficiente para exigir uma investigação de engenharia para determinar a viabilidade de um reparo no mar, mas estávamos empenhados em colocar a aeronave de volta no céu o mais rápido possível”, disse o Tenente Comandante Russell Huff, oficial de manutenção da Ala Aérea Embarcada 7 (CVW-7).

As equipes de manutenção não ficaram satisfeitas com a situação, que deixaria a aeronave parada no hangar até que fosse desembarcada para os reparos. Dessa forma, os militares conseguiram convencer os engenheiros de que poderiam reparar o F/A-18 a bordo do navio, durante o deslocamento. 

Mecânicos Paul Tran e Thanh Nguyen furando compósitos no F/A-18 danificado. Foto: Marinha dos EUA.
Mecânicos Paul Tran e Thanh Nguyen furando compósitos no F/A-18 danificado. Foto: Marinha dos EUA.

“Como esta foi a primeira substituição no mar de revestimentos 68R e S11, foi necessário um tempo considerável para planejar e aprovar o reparo. Depois que os engenheiros acreditaram que esse reparo poderia ser realizado no mar, ou pelo menos poderia ser tentado, as coisas correram muito bem”, diz Huff.

Após uma série de e-mails e telefonemas, um trabalho que demorou mais de três meses, equipes do Centro de Prontidão de Frota Sudoeste (FRCSW) e das Estações Aeronavais de Oceana, Norfolk e Sigonella coordenaram os esforços para levar peças, ferramentas e pessoal técnico ao porta-aviões. 

“Coordenar os esforços de logística em várias bases, FRCs e navios de abastecimento foi um desafio que valeu a pena enfrentar para provar que podemos manter todas as capacidades no mar”, disse o Comandante Donald McIntyre, oficial de suprimentos do porta-aviões George Bush.

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Caça F/A-18E Super Hornet pousando no porta-aviões George H. W. Bush (CVN-77). Foto. Marinha dos EUA.
Caça F/A-18E Super Hornet pousando no porta-aviões George H. W. Bush (CVN-77). Foto. Marinha dos EUA.

Coordenar ferramentas e peças para reparos e manutenção é um negócio regular para o departamento de suprimentos, mas ajudar o VFA-136 a ultraar os limites do que os especialistas pensavam ser possível foi nosso prazer único.”

Com os materiais a bordo, a equipe de manutenção levou 33 dias para reparar o avião de caça danificado. Devido ao esforço dos marinheiros e líderes do CVW-7 e VFA-136, bem como à experiência e adaptabilidade dos técnicos do FRCSW, os reparos foram concluídos durante o desdobramento, demonstrando a capacidade dos porta-aviões implantados para gerenciar e empregar efetivamente um gama completa de capacidades de guerra.

A aeronave voltou às operações e segue atuando no deslocamento do porta-aviões, na área de operações das Forças Navais dos EUA na Europa. A embarcação, líder do Grupo de Ataque de Porta-Aviões 10 (CSG 10), também participou do exercício Juniper Oak 23.2, o maior treinamento conjunto entre EUA e Israel, que se encerrou nesta semana. 

Via CSG-10

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: F/A-18 Super Hornet, manutenção, Marinha dos EUA, Porta-Aviões, usaexport