Após o anúncio do encerramento oficial do projeto SpaceJet da Mitsubishi Heavy Industries (MHI), surgiram nas redes sociais fotos mostrando um dos sete aviões protótipos produzidos sendo destruído por uma retroescavadeira no Aeroporto Internacional de Grant County (MWH), em Moses Lake.
A aeronave em questão das fotos é um Mitsubishi SpaceJet M90 de registro JA21MJ (MSN 10001), que a depender da configuração, poderia transportar até 88 ageiros.
No han perdido el tiempo 😔
Ya están desguazado a uno de los #MRJ que estaba en Moses Lake para pruebas de vuelo, después de la cancelación del programa regional jet de Mitsubishi Heavy Industries que tenía más de 450 aviones pedidos.📸 Wade Sackett pic.twitter.com/1KlPfhFpPR
— On The Wings of Aviation (@OnAviation) March 8, 2023
O conturbado programa MRJ da Mitsubishi

Apresentado pela primeira vez em 2007 e com diversos atrasos em seu cronograma, o programa SpaceJet visava atender o mercado regional, concorrendo diretamente com a Embraer, inclusive o conceito utilizado pela japonesa é bem semelhante aos E-Jets. O SpaceJet M90. O projeto foi o primeiro desenvolvimento dedicado do Japão de um jato de ageiros regional.
Inicialmente batizado como Mitsubishi Regional Jet (MRJ), o projeto contava com duas variantes antes conhecidas como MRJ-90 e o MRJ-70, renomeadas em 2019 com SpaceJet M90 e M100, respectivamente. Nenhum dos protótipos do SpaceJet concluiu a certificação da FAA, sendo que foram gastos mais de US $7,5 bilhões no programa.
O desenvolvimento foi suspenso no final de 2020, após o fabricante não conseguir pela sexta vez entregar a primeira aeronave, sendo que a All Nippon Airways possuía a primeira encomenda prevista para 2013. De modo geral, o fabricante japonês enfatizou que não estava com produto competitivo e ao nível capaz de atrair clientes, bem como a falta de entendimento e acordo entre seus parceiros globais.
Além disso, um dos mercados mais visados para o jato japonês era o norte-americano, no qual a Embraer tem uma ampla presença. O SpaceJet não conseguiu atender às expectativas e necessidades do mercado norte-americano, além da situação se agravar pela crescente falta de pilotos no mercado.
Com apenas seis protótipos restantes, cinco estão armazenados em Grant County (MWH) desde 2020, enquanto uma unidade está no aeroporto de Nagoya (NKM), no Japão, conforme relatado pelo portal Aerotime.
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Com informações: Aerotime