Mesmo sem apresentar um plano para a justiça dos Estados Unidos, aproveitando a situação da LATAM no Chapter 11, o CEO da Azul Linhas Aéreas disse que deseja comprar todo o grupo LATAM.
A declaração foi realizada por John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, em uma entrevista publicada nesta última segunda-feira pelo jornal chileno Diario Financiero.
Rodgerson ressalta que Neeleman prepara um plano de ação para ser executado após o dia 23 de novembro. Esta será a data limite para a LATAM apresentar na justiça um plano viável de recuperação da empresa, que posteriormente ainda precisa ser aprovado pelos credores.

“Compraríamos todo o ativo. Acredito que o grupo tem muito valor e não estamos pensando em cindir ou vender divisões”, disse Neeleman. “Se a Latam conseguir chegar a uma reestruturação, a Azul não poderá fazer sua oferta, mas que tudo indica que tal acordo não será alcançado”, completou o CEO da Azul, que não acredita em uma aprovação dos credores.
“Se a direção da LATAM não quer a Azul no mix, a melhor forma de conseguir é dando aos credores o que eles querem, é muito simples”, disse John Rodgerson.
O CEO da Azul, John Rodgerson, também afirmou publicamente nos últimos meses que sua empresa tem interesse concreto nas operações da rival no país. A proposta de John no Brasil é fundir as operações da LATAM Brasil com a Azul, criando uma companhia aérea com 70% do mercado nacional.
Contudo, a LATAM já ressaltou que não pretende vender a parte de suas operações no Brasil e que a empresa se prepara para apresentar o seu plano de reestruturação para deixar o processo de recuperação judicial com base no Capitulo 11 dos EUA.
A negociação de venda da LATAM Brasil para a Azul depende de aprovação ampla dos credores no plano de recuperação judicial do Grupo LATAM. Com a empresa sendo regida pelas regras do Chapter 11, os acionistas podem decidir somente por poucos detalhes sobre o destino da aérea.
Um outro problema, a ser enfrentado pela LATAM, é que um dos principais credores da aérea, a Oaktree Capital Management e o Knighthead Capital detém títulos ou ações da Azul. Essas duas empresas podem realizar uma pressão para a venda bilionária da LATAM Brasil para a Azul.
Porém, este processo bilionário de compra pode enfrentar vários entraves, tanto judiciais como de regulação do setor, como informou o Bradesco BBI.