Com a meta de reavivar sua principal companhia aérea até 2026, a Lufthansa enfrenta dificuldades em relação a concorrentes regionais devido a custos elevados e atrasos na entrega de aeronaves pela Boeing. O presidente-executivo Carsten Spohr se referiu à Lufthansa como a “criança problemática” do grupo, sublinhando que a sua transformação é vital para o sucesso da empresa.
“(É) um objetivo claro que a companhia aérea Lufthansa seja novamente nossa principal companhia aérea em seu 100º aniversário em 2026”, disse ele a repórteres em uma entrevista coletiva na noite desta segunda-feira (30).
A companhia, que opera com a Austrian Airlines, Swiss e Eurowings, já alertou duas vezes sobre lucros neste ano, enfrentando crescentes custos salariais, a queda nos preços das agens e um ambiente desafiador na aviação, o que está dificultando sua recuperação. Essa declaração ocorre em um momento de inquietação dos investidores sobre os resultados do terceiro trimestre da Lufthansa, marcados para 29 de outubro, com as ações caindo 10% nos últimos seis meses.
O atraso na entrega de novos jatos, que são muito necessários, está ampliando os problemas atuais, disse Spohr, acrescentando que a Lufthansa foi afetada “desproporcionalmente” de maneira severa.
A Lufthansa ainda espera a entrega de 41 novas aeronaves Boeing, com os jatos 777x já atrasados há vários anos. “Fomos pegos exatamente na hora errada, justamente (quando se tratava) da modernização da frota”, disse Spohr.
Segundo Spohr, a Lufthansa foi forçada a continuar utilizando antigos aviões Airbus, que a companhia planejava aposentar antes da pandemia. Essa situação compromete sua capacidade de expandir operações em rotas lucrativas e de melhorar a eficiência, pois aviões mais novos utilizam menos combustível. Companhias aéreas europeias, incluindo a Ryanair, também enfrentam desafios por conta dos atrasos nas entregas da Boeing.
Spohr mencionou que um caminho para revitalizar a Lufthansa envolve investir em um crescimento internacional mais amplo, incluindo a associação com a ITA Airways, da Itália.
A companhia tem enfrentado desafios com a concorrência em suas rotas transatlânticas e asiáticas, o que resultou no cancelamento dos voos de Frankfurt para Pequim, devido ao aumento da capacidade das companhias aéreas chinesas.
A Lufthansa também planeja se expandir para novas regiões, como a América Latina e a África, onde pode ter uma vantagem competitiva. Além disso, a formação de novos hubs com custos reduzidos, como na Itália, é uma estratégia para incrementar a receita e elevar as margens.
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