Conheça os 10 aviões de caça mais usados no mundo – 2024

Aviões de caça Dassault Rafale, Eurofighter Typhoon e F-35 Lightning II voando em formação durante exercício na França.

Dentro da aviação militar, os aviões de caça são, sem dúvidas, os modelos mais famosos e que mais chamam atenção. Seja por seu design, sua performance, aparição na mídia ou a sua própria aplicação em combate. 

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São inúmeros modelos, com várias funções e diferentes capacidades, alguns maiores, outros mais baratos, enfim, diversas características. Embora normalmente se procure por quais são os melhores, mais potentes ou mais rápidos, você já parou pra pensar em quais são os caças mais utilizados por aí?

Em seu levantamento World Air Forces 2024, a revista Flightglobal elencou os 10 caças mais “populares” no mundo. Saiba mais sobre cada um deles! 

10º – Sukhoi Su-25 

O “primeiro” do ranking não é exatamente um caça, mas sim uma aeronave voltada para missões de ataque ao solo, embora tenha a capacidade de derrubar outros aviões, como um avião de caça é projetado para fazer, e seja uma aeronave voada por pilotos de caça. Trata-se do Sukhoi Su-25 Grach, desenvolvido na antiga União Soviética como uma contrapartida ao A-10 Thunderbolt II dos Estados Unidos.

Sukhoi Su-25 Frogfoot Bulgária acidente
Su-25K búlgaro. Foto: Chris Lofting via Wikimedia.

Chamado de Frogfoot pela OTAN, o Su-25 tem design similar ao YA-9 (que concorreu com o A-10). Assim como seu homólogo norte-americano, também é reconhecido por sua grande resiliência e capacidade de destruição de alvos. 

Cerca de 1000 desses jatos foram fabricados entre 1978 e 2017. Hoje, 408 aviões estão em atividade em 22 países, como Rússia, Ucrânia, Peru, Iraque e Etiópia. 

9º – Sukhoi Su-24 

Desenvolvido na URSS como resposta ao F-111 Aardvark dos EUA, o Su-24 é um caça-bombardeiro supersônico, projetado para missões de bombardeio tático e interdição do campo de batalha. 

Um projeto da década de 1960, o desenho inicial do Su-24 era uma mescla do jato de ataque Su-7 com o interceptador Su-15, mais tarde evoluindo para um projeto bem mais refinado. Designado Fencer pela OTAN, o Su-24 também pode realizar missões de reconhecimento e guerra eletrônica. Possui asas de geometria variável e dois motores com pós-combustão. 

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Jatos de combate Sukhoi Su-24 da Rússia.
Jatos de combate Sukhoi Su-24 da Rússia. Soltau Cruiser/Captura de tela.

Mais de 1400 aviões foram fabricados e exportados para 12 países, incluindo Iraque, Irã e Belarus. Destes, 415 ainda estão em operação, sendo amplamente utilizados por Rússia e Ucrânia no seu mais recente conflito. 

8º – Chengdu J-7 

Uma cópia chinesa do popular Mikoyan-Gurevich MiG-21 da URSS, o Chengdu J-7/F-7 nasceu nos 1960 e vem sendo atualizado desde então. Mais de 2400 unidades do Fishcan (como é chamado pela OTAN) foram produzidas desde a década de 1960. 

F-7 do Paquistão durante exercício com a USAF. Foto: U.S. Air Force photo/Staff Sgt. Michael B. Keller
F-7 do Paquistão. Foto: U.S. Air Force photo/Staff Sgt. Michael B. Keller

O oitavo lugar do ranking é capaz de atingir duas vezes a velocidade do som, podendo transportar duas toneladas de bombas, mísseis ou foguetes, além de portar um canhão de 23mm ou 30mm, de acordo com a variante. 

Exportado para 14 países, hoje restam 444 aeronaves em serviço, principalmente na China, Coreia do Norte, Myanmar e Paquistão. O modelo quase foi exportado para o Brasil na década de 1980, o que acabou não acontecendo depois que os EUA venderam 26 F-5E/F usados para a Força Aérea Brasileira. 

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7º – Eurofighter Typhoon 

Fruto de um desenvolvimento conjunto entre Alemanha, Espanha, Itália e Reino Unido, o Typhoon é um modelo de 4.5 geração, capaz de executar diversas missões como superioridade aérea, ataque ao solo, reconhecimento e guerra eletrônica. 

Eurofighter Typhoon da RAF recebeu pintura especial para comemorar os 80 anos do Dia D. RAF/Divulgação.
Eurofighter Typhoon da RAF com pintura especial para comemorar os 80 anos do Dia D. RAF/Divulgação.

Com 533 unidades em operação pelo mundo, o modelo delta-carda é utilizado principalmente pelas forças aéreas dos países que o idealizaram. Mas também foi adquirido pela Áustria, Arábia Saudita, Catar, Kuwait e Omã. 

Capaz de voar a Mach 2.0 ou Mach 1.5 em regime de supercruise – onde o avião voa acima da velocidade do som sem usar a pós-combustão – o Typhoon pode usar as bombas e mísseis mais modernos disponíveis no mercado, como o IRIS-T, Meteor, Storm Shadow e Paveway IV, com uma capacidade transportar 9 toneladas de carga útil. 

6º – Lockheed Martin F-35 Lightning II

O modelo mais moderno da lista ocupa a sexta posição, e é também o mais popular dos caças stealth. Com cerca de mil unidades já entregues, o F-35 Lightning II tem tomado o mercado de assalto: já são cerca de 18 parceiros do programa e o modelo furtivo norte-americano segue conquistando clientes. 

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Desenvolvido para substituir modelos de geração anterior e até complementar o F-22 Raptor, o F-35 também é um modelo envolvido em polêmicas, principalmente por conta de problemas na produção e desenvolvimento, bem como diversos estouros de orçamento.

Caça stealth Lockheed Martin F-35 Lightning II da Força Aérea Real da Holanda. Foto: Mirosław Gawroński/OTAN.
Caça stealth Lockheed Martin F-35 Lightning II da Força Aérea Real da Holanda. Foto: Mirosław Gawroński/OTAN.

Ao todo, o programa inteiro deve custar cerca US$ 2 trilhões aos EUA, tornando o caça o projeto militar mais caro da história. Mesmo assim, o modelo tem se tornado cada vez mais presente nas bases aéreas, com pelo menos 661 aeronaves em operação. O número, no entanto, já deve ser ainda maior. 

5º – Mikoyan MiG-29 

Chegando ao Top 5, com outro modelo soviético bastante famoso, o MiG-29 Fulcrum veio nos anos 1970, a partir da necessidade da URSS para um caça leve, complementar ao Sukhoi Su-27. Assim como seu “irmão maior”, o MiG-29 é bastante reconhecido por sua agilidade, capaz de realizar manobras que podem virar o jogo em um combate aéreo. 

MiG-29 Ucrânia
Caça Mikoyan Gurevich MiG-29 Fulcrum da Força Aérea Ucraniana.

Apesar da performance, o Fulcrum, como é chamado pela OTAN, não obteve tantas vitórias aéreas quanto abates. Por outro lado, foi exportado para 38 países e permanece em atividade em 24 deles, incluindo Ucrânia, Peru, Índia, Rússia e Coreia do Norte. 

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Ao todo, são 809 MiGs-29 em serviço, dos mais de 1600 já fabricados; o modelo segue em produção, agora em versões mais modernas como o MiG-35, MiG-29K naval e MiG-29M.

4º – Boeing F/A-18 

Na quarta posição está o modelo que é o principal avião de combate da Marinha dos Estados Unidos. Nascido na década de 1970 para a Força Aérea dos EUA, através do protótipo do Northrop YF-17, o McDonnell Douglas F/A-18 Hornet acabou encontrando serviço a bordo dos porta-aviões. 

Caça F/A-18E Super Hornet pousando no porta-aviões George H. W. Bush (CVN-77). Foto. Marinha dos EUA.
Caça F/A-18E Super Hornet pousando no porta-aviões George H. W. Bush (CVN-77). Foto. Marinha dos EUA.

Inicialmente, o modelo substituiu os jatos de ataque A-6 Intruder e A-7 Corsair II. O prefixo F/A (Fighter/Attack) deixava claro que o modelo era apto para cumprir as missões de caça e atacar alvos em solo na mesma missão, algo provado em combate na Guerra do Golfo. Mais tarde com a Boeing, o projeto evoluiu para o Super Hornet, que tomou o lugar do lendário F-14 Tomcat. 

Atualmente, os Hornets mais antigos já deixaram os deques dos porta-aviões, lugar hoje ocupado pelo Super Hornet/Growler ao lado dos F-35. Além dos Estados Unidos, o modelo foi vendido à Malásia, Espanha, Suíça, Finlândia, Kuwait, Canadá e Austrália. São 836 aeronaves em atividade, no total. 

3º – Boeing F-15 Eagle

Chegando no pódio, o modelo reconhecido não apenas pelo sua performance, mas também seu invejável escore de combate: 104 abates, para nenhuma perda. O lendário F-15 Eagle. 

O modelo norte-americano veio para bater de frente com o MiG-25 Foxbat da URSS. Em serviço desde 1976, era o caça mais potente da Força Aérea Americana até a introdução em serviço do F-22 Raptor, em 2005.

Boeing F-15EX Eagle II, da Força Aérea dos Estados Unidos. Foto: Divulgação.
Boeing F-15EX Eagle II, da Força Aérea dos Estados Unidos. Foto: Divulgação.

Saiba mais: Cinquentão, caça F-15 ainda é uma plataforma de respeito

Inicialmente operado apenas para superioridade aérea, o F-15 se tornou, mais tarde, um caça-bombardeiro altamente capaz, na forma do F-15E Strike Eagle, variante mais exportada do jato. Sua versão mais nova, F-15EX Eagle II, está entrando em serviço para dar descanso às unidades mais antigas. Atualmente são 941 caças F-15 voando em Israel, Japão, Estados Unidos, Arábia Saudita, Catar e Singapura. 

2º – Sukhoi Su-27 | Família Flanker

O vice-campeão é uma resposta direta ao F-15 da terceira posição. Assim como seu “irmão menor”, também é reconhecido por sua alta manobrabilidade, bem como seu desenho bem chamativo. Trata-se do Sukhoi Su-27 Flanker.

Um modelo multimissão, embora mais voltado para superioridade aérea, o Su-27 foi o primeiro da Família Flanker, como ficaram conhecidos os caças que os sucederam, como os modernos Su-30 e Su-35 e o caça-bombardeiro Su-34. 

Decolagem de um Sukhoi Su-35 Flanker-E da Rússia. Foto: Dmitry Terekhov.
Decolagem de um Sukhoi Su-35 Flanker-E da Rússia. Foto: Dmitry Terekhov.

Saiba mais: Sukhoi P-42, um Su-27 bastante diferente (e rápido)

O modelo foi amplamente exportado, com mais de 20 países adquirindo o caça pesado russo em suas diversas variantes. Entre os caças da família, foram contados 1243 aviões em operação. Assim como outros aviões da lista, o Flanker também tem sido muito utilizado na guerra entre Rússia e Ucrânia, pelos dois lados do conflito.

1º – Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon

Dentre os aviões de caça supersônicos, o F-16 é o segundo mais produzido pelos Estados Unidos, perdendo apenas para o F-4 Phantom II.

Projetado como um caça leve para missões diurnas e um complemento ao F-15, o F-16 se tornou um modelo multifuncional e conquistou. Mais de 50 anos após o seu primeiro voo, o F-16 ainda é fabricado e segue recebendo pedidos, uma prova de sua capacidade e sucesso como aeronave de combate.

F-16A da Força Aérea da Venezuela durante a CRUZEX IV (2008) no Rio Grande do Norte. Foto: Chris Lofting via Wikimedia.
F-16A da Força Aérea da Venezuela durante a CRUZEX IV (2008) no Rio Grande do Norte. Foto: Chris Lofting via Wikimedia.

Dos mais de 4000 F-16 já produzidos, restam 2100 aeronaves ainda em operação em mais de X países. O modelo representa, sozinho, 15% da frota mundial de aviões de caça.

A aeronave se tornou o “novo” jato supersônico da Argentina, e também é considerado pela Força Aérea Brasileira para voar junto ao F-39 Gripen.

Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Artigos, Militar, Notícias, Notícias

Tags: caças, Curiosidades, F-16

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