Nessa semana entrou em cena um novo capitulo da guerra tarifaria entre Estados Unidos e China, o governo chinês proibiu a importação de aviões da Boeing e peças americanas.
Essa última medida deve prejudicar a produção do COMAC C919 e C909, os dois aviões de corredor único chineses que entraram no mercado para competir com Boeing, Airbus e Embraer.
O C919 é um jato comercial com capacidade para 156 a 168 ageiros, é um concorrente direto do Boeing 737 MAX e do Airbus A320neo. O C909, com capacidade para 78 a 90 ageiros, é um jato regional. A Bloomberg noticiou essa semana sobre a proibição, mas não mencionou detalhes sobre as importações de peças para a fabricação do COMAC, se as importações de peças para os jatos da COMAC serão afetadas ou apenas se refere às peças importadas para os jatos da Boeing.
Componentes americanos usados na fabricação do COMAC
Como já escrevemos aqui na Aeroflap, os COMAC usam vários componentes americanos, começando pelos motores. O C909 usa os motores americanos CF34 da GE Aviation, o C919 usa os motores LEAP-1C da CFM, uma holding entre a GE Aviation e Safran, o mesmo motor usado no 737 MAX e A320 A321, nas variantes 1B e 1A. A variante 1C é fabricado em Villaroche na França, teoricamente não afetará a COMAC.
Na parte de aviônicas, para o C919, foi criada a AVIAGE SYSTEMS, uma t venture 50/50 entre a General Electric Company (GE) e a Aviation Industry Corporation of China (AVIC). Onde possui uma subsidiária em Chengdu na China. Não temos informações do que é importado dos Estados Unidos. A t venture Honeywell, HBAS e HonFei, também com sede na China, foi criada para fornecer APU, fly-by-wire, rodas, freios e outros.
Companhias aéreas chinesas comprando motores adicionais
As companhias aéreas chinesas também estariam fazendo pedidos de aviões novos para Airbus com motores adicionais para manter uma reserva de motores, segundo publicou a Bloomberg. O LEAP-1A dos Airbus são fabricados na França onde também são fabricados os motores LEAP-1C.
Ainda muitas questões estão incertas com essa guerra tarifária entre Estados Unidos e China, os Estados Unidos é o maior mercado externo da China. Em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 440 bilhões da China, o que resultou em um déficit na balança comercial americana de US$ 295 bilhões.
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