O dirigível foi uma das primeiras modalidades de alçar voo. Criado a partir do conceito de balões a gás frio, o dirigível era uma alternativa aos navios transatlânticos, na primeira metade do século 20.
Grandes, desajeitados e cheios de procedimentos, os dirigíveis começaram a ganhar escala na Alemanha, principalmente com o famoso Zeppelin e o Hindenburg, o maior daquela época.
Abordando especificamente sobre o Hindenburg, este foi construído pela Zeppelin GmbH e fez seu primeiro voo em 1936. A fabricação de componentes começou em 1931 e perdurou durante cinco anos, no final o dirigível construído em duralumínio tinha 245 metros de comprimento e 41,5 metros de diâmetro.
Sua travessia do Atlântico era realizada em aproximadamente dois dias, devido a velocidade constante de 125 km/h. Navios da época faziam a mesma rota em 10 dias, ou mais.
Sua capacidade era entre 50 a 70 ageiros, mas o Hindenburg precisava de uma tripulação em quantidade quase igual, devido às acomodações luxuosas, semelhantes ao proposto pelos navios. Entre suas qualidades estava a estabilidade em voo.
Uma agem entre a Alemanha e os EUA custava aproximadamente US$ 7811 (na cotação atual), o equivalente a uma primeira classe em um voo da Lufthansa.
Todas essas características contribuíram para o sucesso do Hindenburg, que realizou 36 voos antes de sofrer um dos acidentes mais simbólicos da aviação.
O Desastre de Hindenburg, ao chegar nos Estados Unidos

No dia 06 de maio de 1937 o Hindenburg se aproximava para pouso em Manchester Township, uma cidade de Nova Jersey, nos EUA. Sem conhecer possíveis problemas que poderiam ocorrer, a tripulação começou o procedimento de aproximação, onde dirigível deveria ser amarrado no mastro.
Em Lakehurst o clima não era favorável para a aproximação, o que atrasou todo o processo em 12 horas. Após a atracagem ser liberada, alguns jornalistas aproveitaram o momento para registrar a enorme aeronave, e por este motivo há várias fotos do acidente.
O Hindenburg se posicionou para uma aproximação alta, onde os cabos de pouso e amarração seriam lançados do alto, e marinheiros conduziriam o dirigível até perto do chão. A tripulação lançou a escada e estava próxima de iniciar o desembarque, quando a cauda do enorme dirigível começou a ficar em chamas.

A aeronave transportava 61 tripulantes, 36 ageiros e dois cachorros. Os correios também utilizavam os dirigíveis para transporte de cargas e cartas, algo realizado pelo Hindenburg.
O fogo logo consumiu a fuselagem, em menos de meio minuto, e despressurizou o compartimento do inflamável hidrogênio que possibilitava o voo. No chão, o Hindenburg continuou em chamas, enquanto uma enorme equipe tentava resgatar as pessoas que estavam no interior.
A queda em solo levou a morte de 9 dos 12 tripulantes que eram responsáveis pela pilotagem. Ao todo 35 pessoas morreram no acidente, e muitos sobreviventes tiveram queimaduras graves.
Causas do acidente
Após várias investigações, a causa mais aceita para o acidente ter ocorrido foi um vazamento de gás hidrogênio, que em contato com o oxigênio e uma faísca por eletricidade estática, no momento da amarração ao mastro de metal.
Como nas horas anteriores o dirigível sobrevoou por áreas de instabilidade, não é impossível dizer que a fuselagem estava com acúmulo acentuado de energia estática. Este acúmulo não é o problema, mas combinado o contato do gás hidrogênio com o ar atmosférico pode ser fatal.
A investigação se concentrou em relatos de testemunhas e jornalistas que estavam no local. Alguns enxergaram uma tênue chama azul na parte traseira do dirigível, poucos momentos antes do início do incêndio.
O incêndio rapidamente consumiu o dirigível, apesar de ter várias células para acomodar o hidrogênio. Alguns ageiros e tripulantes relataram que ouviram o som de uma detonação abafada, no entanto, outros nem notaram o problema de imediato.
Pela rivalidade da Alemanha Nazista com os EUA, na época, muitas publicações acusaram os norte-americanos de sabotagem, visto que até então aquele era o maior símbolo do país. Contudo, outros incidentes semelhantes com dirigíveis já ocorreram antes do Hindenburg, e mostravam como este tipo de aeronave quando pressurizada com hidrogênio era perigosa.
Noticiado na época como um “Grande Desastre” o incêndio da maior aeronave do mundo praticamente selou o fim dos dirigíveis no mercado. Nos anos seguintes as fabricantes de aeronaves de asas fixas otimizaram os seus projetos para criar aviões que atravessassem o Atlântico com poucas escalas.