Embora ainda uma raridade, com apenas oito aeronaves em operação, o jato de transporte militar de médio porte da Embraer, o C-390, é o mais novo avião de transporte do mundo, gerando grande interesse de nações ao redor do mundo.
No último mês, Portugal recebeu seu segundo C-390, enquanto a Embraer se prepara para finalizar mais duas unidades em sua linha de montagem final em Gavião Peixoto: uma para o Brasil e outra para a Hungria. Áustria, Coreia do Sul e Holanda estão todas aguardando suas entregas de C-390, enquanto as negociações continuam com diversas nações ao redor do mundo para este avançado transportador.
Segundo a Embraer, há uma previsão de demanda de mercado para cerca de 490 aeronaves semelhantes ao C-390 nos próximos 20 anos. O valor desse mercado é estimado em US$ 60 bilhões, e isso exclui os aproximadamente 260 aviões de transporte tático atualmente em serviço, muitos dos quais têm mais de 45 anos e estão prontos para serem aposentados.
Falando nos recentes media days da Embraer, o CEO da Embraer Defesa e Segurança, Bosco da Costa Júnior, comentou sobre as capacidades da atual linha de montagem:
“Nossa linha de montagem aqui em Gavião Peixoto está configurada para entregar 18 unidades por ano. Em 2024, entregaremos quatro unidades. Temos capacidade para entregar mais unidades a novos clientes.”
Contudo, não é a capacidade da linha de montagem que limita a velocidade com que a Embraer pode aumentar a produção. Como acontece com muitos fabricantes atualmente, as limitações estão na cadeia de suprimentos.
Da Costa observou que a cadeia de suprimentos do C-390 está bem envolvida com o fabricante e pronta para começar a aumentar a produção. Embora lentamente, a Embraer já está comprometida em produzir mais unidades no ano que vem do que em 2024. Além disso, o aumento continua, com um plano de quadruplicar a produção até a virada da década.
“No ano que vem, estamos mirando seis unidades. Em 2027, sete unidades, e até 2030, esperamos ter alcançado 12 unidades por ano.”
Esse aumento não poderia ser rápido o suficiente para seus clientes, com a Holanda alegando que sua primeira aeronave será adiada em mais de um ano, para 2027.
Em uma carta ao Parlamento divulgada em junho, o Secretário de Estado Van der Maat mencionou que o cronograma “não foi viável devido à colaboração com a Áustria e às negociações com o fabricante”. No entanto, isso se deve em grande parte a uma ordem de compra conjunta com a Áustria complicando o processo, não a atrasos por parte da Embraer.
O C-390 tem provado seu valor em uma variedade de cenários e, com a proximidade da entrada na OTAN, a Embraer deve alcançar grande sucesso se conseguir lançar os jatos dentro do prazo previsto.
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