Entidades de classe do setor de Defesa e Segurança entram na Justiça contra a Boeing para proteger a soberania nacional

por Aeroflap

Boeing Ação Pública Engenheiros

<p><p>Em defesa de interesses do Estado brasileiro&comma; duas entidades de classe entraram na Justiça contra a Boeing&colon; a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança &lpar;ABIMDE&rpar; e a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil &lpar;AIAB&rpar;&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Elas são autoras de uma ação civil pública que tem como objetivo fazer com que a companhia norte-americana interrompa o processo de captura sistemática e contratação de engenheiros de empresas que fazem parte da Base Industrial de Defesa &lpar;BID&rpar; do país&period;<&sol;p>&NewLine;<p>A cooptação desses profissionais&comma; que são altamente qualificados&comma; coloca em risco a sobrevivência dessas empresas e&comma; sobretudo&comma; ameaça a soberania nacional&comma; um dos fundamentos da Constituição Federal&comma; previsto no seu artigo 1º&comma; inciso I&period;<&sol;p>&NewLine;<p><em>&OpenCurlyDoubleQuote;O impacto já é expressivo&colon; dez das mais importantes empresas estratégicas do setor de defesa já tiveram engenheiros cooptados pela Boeing&period; Algumas perderam cerca de 70&percnt; da equipe de áreas específicas e essenciais para o negócio&&num;8221&semi;<&sol;em>&comma; explica Roberto Gallo&comma; presidente da Abimde&period;<&sol;p>&NewLine;<p>A questão é estratégica para o país e para a soberania nacional&comma; conceito que representa a autonomia do Estado sobre sua organização política&comma; social&comma; militar e econômica&period; Uma ameaça às empresas que compõem a Base Industrial de Defesa &lpar;BID&rpar; coloca este equilíbrio em jogo&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Isso porque a BID é formada por companhias estatais ou privadas&comma; que têm como objetivo a constante atualização das tecnologias da Marinha&comma; da Força Aérea e do Exército&period; Elas são a garantia de que a inovação e o desenvolvimento na área de defesa estejam sob domínio nacional&comma; resguardando a autonomia das Forças Armadas e&comma; portanto&comma; do Estado brasileiro&period;<&sol;p>&NewLine;<p>&nbsp&semi;<&sol;p>&NewLine;<h4><strong>Cooptação de engenheiros altamente qualificados<&sol;strong><&sol;h4>&NewLine;<p>Os profissionais que têm sido cooptados pela Boeing são subtraídos principalmente do segmento aeroespacial&period; Eles são engenheiros altamente qualificados&comma; formados em instituições públicas &lpar;como ITA&comma; UFMG e UFSCar&rpar; com mais de 10 anos de experiência&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Participavam de projetos nas áreas de Defesa e Segurança ou detinham conhecimento essencial à soberania nacional e&comma; justamente por isso&comma; tiveram o a informações qualificadas e dados classificados de projetos estratégicos para o país&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Todas as empresas mais relevantes do setor de defesa aeroespacial&comma; conforme destaca a Ação Civil Pública&comma; já perderam e vêm perdendo engenheiros para a Boeing&period; Entre elas&comma; destacam-se Embraer&comma; Akaer&comma; Avibras&comma; AEL Sistemas&comma; Safran&comma; Mac Jee&comma; entre outras&period;<&sol;p>&NewLine;<p>No caso específico da Embraer&comma; há um histórico que torna a situação mais preocupante&period; A Boeing tem em mãos informações proprietárias&comma; às quais teve o por dois anos &lpar;2018 a 2020&rpar;&period; Durante o período&comma; as duas empresas negociavam uma parceria para a criação de <em>t venture<&sol;em>&period; Dias antes de selar definitivamente o acordo&comma; que previa o pagamento de US&dollar; 4&comma;2 bilhões à Embraer&comma; a Boeing rescindiu de maneira unilateral&period;<&sol;p>&NewLine;<p><em>&OpenCurlyDoubleQuote;A AIAB defende a livre concorrência e o livre mercado&period; Mas tais princípios não são absolutos&period; Devem sujeitar-se a imperativos constitucionais como a soberania nacional&comma; conforme estabelecido no artigo 170 de nossa constituição&period; O que está em jogo&comma; portanto&comma; é algo muito maior do que quaisquer interesses individuais ou coletivos”<&sol;em>&comma; afirma Julio Shidara&comma; presidente da associação&period; Ele reforça ainda que o objetivo da A é interromper tais contratações sistemáticas que deixam um rastro de ações predatórias nas empresas da BID do país&comma; até que sejam discutidas alternativas que possam garantir a preservação da soberania nacional&period;<em> &OpenCurlyDoubleQuote;Em décadas de existência&comma; a BID nunca enfrentou uma situação como a que estamos vivendo&period; Não construímos nossa capacidade atual da noite para o dia&period; Foram décadas de esforço coletivo nacional e vultosos investimentos públicos e privados&period; Não podemos permitir uma degradação acelerada como os fatos têm demonstrado”<&sol;em>&comma; conclui Shidara&period;<&sol;p>&NewLine;<p>&nbsp&semi;<&sol;p>&NewLine;<h4><strong>O que é a Base Industrial de Defesa &lpar;BID&rpar;<&sol;strong><&sol;h4>&NewLine;<p>A BID engloba todo o diverso ecossistema de empresas privadas e estatais desenvolvido para garantir a independência do Brasil na área de defesa&period; Ela é formada por mais de 1000 empresas&period;<&sol;p>&NewLine;<p>São&comma; por exemplo&comma; fabricantes de satélites&comma; equipamentos de uso militar e desenvolvedoras de sistemas&period; No grupo&comma; merece especial destaque o segmento aeroespacial&comma; sendo a Embraer a maior empresa do setor&comma; em torno da qual orbitam centenas de empresas nacionais que fazem parte de sua cadeia de fornecedores&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Tais empresas também têm impacto expressivo na economia&period; O setor nacional de defesa é responsável por aproximadamente 285 mil empregos diretos e 850 mil indiretos&comma; segundo dados do Ministério da Defesa&comma; e movimenta cerca de R&dollar; 200 bilhões na economia nacional&comma; representando cerca de 4&percnt; do Produto Interno Bruto Nacional &lpar;PIB&rpar;&period; Fragilizar este setor é fragilizar a economia nacional&period;<&sol;p>&NewLine;<p>A ação civil pública está tramitando na 3ª Vara Federal de São José dos Campos&period;<&sol;p>&NewLine;<p>&nbsp&semi;<&sol;p><&sol;p>&NewLine;

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