Em mais um capítulo da “novela” sobre a transferência de caças para a Ucrânia, a Eslováquia diz que poderia rear suas aeronaves MiG-29 Fulcrum ao país invadido pela Rússia.
Na última segunda-feira (11), o primeiro-ministro eslovaco Eduard Heger disse que o país está considerando doar seus caças MiG-29 de origem soviética ao país vizinho. Bratislava já havia previamente negado a transferência das aeronaves, junto da Bulgária, que também opera o Fulcrum.

A Polônia, depois de muita insistência dos EUA, chegou a disponibilizar sua frota completa de MiG-29 para receber, em troca, caças F-16. Todavia, Washington voltou atrás e disse que este movimento poderia escalar ainda mais o conflito.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tem agradecido as inúmeras doações de armas do Ocidente, mas solicitou diversas vezes a transferência de caças e mísseis antiaéreos mais avançados. Na semana ada a Eslováquia doou seu único sistema de mísseis antiaéreos S-300 de longo alcance, herdados da antiga Checoslováquia.

Heger diz que seu governo quer se afastar da dependência dos MiGs, já que “não é possível sustentar” o equipamento soviético sem um “relacionamento” com a Rússia, afirmou ao portal Politico. Ele também diz que os caças só poderão ser doados aos ucranianos se a proteção do espaço aéreo da Eslováquia, que é membro da OTAN, for garantida.
Heger disse que a Eslováquia está em discussões intensas com nações parceiras sobre quem vai realizar a proteção do seu espaço aéreo. “Depois disso podemos considerar falar sobre esse equipamento também em relação à Ucrânia”.

“Este é um equipamento que queremos eliminar de qualquer maneira, porque estamos esperando os F-16”, disse ele. Em 2018, a Eslováquia assinou um contrato de US$ 1,6 bilhão pela compra de 14 caças F-16C/D Block 70/72 dos EUA, versão mais avançada do modelo de caça mais usado no mundo.
As aeronaves, porém, chegarão em 2024 com pelo menos um ano de atraso. A Lockheed Martin, fabricante dos aviões, diz que sua linha de produção foi afetada pela pandemia de Covid-19 e a escassez mundial de microchips.

A Força Aérea Eslovaca opera cerca de 12 caças MiG-29, sendo 10 unidades de combate e duas para treinamento. No entanto, o primeiro-ministro não pontuou a quantidade de aviões que poderiam ser reados ao país.