<p><p>A Marinha dos EUA conseguiu resgatar no dia 03/08 um caça Boeing F/A-18E Super Hornet <a href="https://www.aeroflap.com.br/f-a-18-super-hornet-cai-de-porta-avioes-dos-eua-no-mar-mediterraneo/">que caiu do porta-aviões nuclear USS Harry S. Truman nas águas do Mar Mediterrâneo</a> em julho. A aeronave ainda está naquela região e logo será enviada para seu país de origem. </p>
<p>Segundo um <a href="https://www.c6f.navy.mil/Press-Room/News/Article/3119371/us-navy-recovers-fa-18e-from-mediterranean-sea/">comunicado</a> da 6ª Frota da Marinha, o caça naval foi recuperado a uma profundidade de quase 9500 pés (cerca de 2,8 km) por uma equipe composta por militares da Força-Tarefa 68, do Supervisor de Salvamento e Mergulho do Comando de Sistemas Navais (SUPSALV), 6ª Frota, Forças Aeronavais do Atlântico e do próprio porta-aviões. A equipe militar atuou junto de funcionários civis, embarcados no navio multipropósito <em>MPV </em><em>Everest, </em>operado pela <a href="http://www.mcs.lu/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Maritime Construction Services</a> com sede em Luxemburgo. </p>
<p>O acidente completou exatamente um mês nesta segunda-feira (08). A aeronave, um caça F/A-18E da 1º Ala Aérea Embarcada (CVW 1), estava a bordo do porta-aviões USS Harry Truman quando caiu no mar. A Marinha disse que o acidente ocorreu por conta de condições meteorológicas inesperadas, enquanto o porta-aviões estava sendo reabastecido por outro navio. Um marinheiro sofreu ferimentos leves. </p>
<figure id="attachment_159247" aria-describedby="caption-attachment-159247" style="width: 1390px" class="wp-caption aligncenter"><img class="wp-image-159247 size-full" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2022/03/FNe9a4pXEAEv77g.jpg" alt="" width="1400" height="850" /><figcaption id="caption-attachment-159247" class="wp-caption-text">F/A-18E Super Hornet do esquadrão Blue Blasters decola do porta-aviões USS Harry S. Truman. Foto: Marinha dos EUA/Divulgação.</figcaption></figure>
<p>A CVW-1 possui três esquadrões de F/A-18E: VFA-34 Blue Blasters, VFA-211 Fighting Checkmates e VFA-81 Sunliners. Um quarto esquadrão, o VFA-11 Red Rippers, opera o F/A-18F de dois assentos. A Marinha não disse a qual esquadrão o F/A-18 recém recuperado pertence.</p>
<p>A aeronave foi encontrada e içada do fundo do mar com auxílio do CURV 21 (Cable-controlled Undersea Recovery Vehicle 21). O CURV-21, uma espécie de robô-submarino conectado e controlado ao navio por cabos, chegou ao F/A-18 e foi usado para conectar cordas especializadas e linhas de içamento à aeronave. Um gancho foi preso aos cabos para elevar a aeronave à superfície e içá-la a bordo do Everest.</p>
<p><amp-youtube layout="responsive" width="909" height="511" data-videoid="hvi6Go8jg4c" title="Cable operated Unmanned Recovery Vehicle (CURV) aboard USNS Apache (T-ATF 172)"><a placeholder href="https://youtu.be/hvi6Go8jg4c"><img src="https://i.ytimg.com/vi/hvi6Go8jg4c/hqdefault.jpg" layout="fill" object-fit="cover" alt="Cable operated Unmanned Recovery Vehicle (CURV) aboard USNS Apache (T-ATF 172)"></a></amp-youtube></p>
<p><span><em>&#8220;A resposta rápida da equipe combinada, incluindo o pessoal da SUPSALV e da Phoenix International, nos permitiu realizar operações de recuperação seguras dentro de 27 dias após o incidente&#8221;</em>, disse o Tenente Miguel Lewis, oficial de salvamento da Sexta Frota . <em>&#8220;Nossa equipe sob medida operou com segurança e eficiência para cumprir o cronograma. A busca e a recuperação levaram menos de 24 horas, um verdadeiro testemunho da dedicação e capacidade da equipe.&#8221;</em></span></p>
<p>Essa não é a primeira vez que a Marinha dos EUA usa o CURV-21 para recuperar aeronaves no fundo do mar. Em 2021, o ROV (Veículo Operado Remotamente) foi usado para <a href="https://www.aeroflap.com.br/marinha-dos-eua-recupera-helicoptero-em-profundidade-maior-que-titanic/">encontrar e resgatar um helicóptero MH-60S Seahawk</a> na costa de Okinawa, no Japão.</p>
<p>O helicóptero estava em uma profundidade de 5.814 metros (19,075 pés). Para se ter uma ideia, <strong>os destroços do Titanic, que naufragou em 1912, estão a cerca de 3800 metros de profundidade. </strong></p>
<figure id="attachment_154980" aria-describedby="caption-attachment-154980" style="width: 1390px" class="wp-caption aligncenter"><img class="wp-image-154980 size-full" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2022/02/FKCkM8BXwAAvErW.jpg" alt="" width="1400" height="829" /><figcaption id="caption-attachment-154980" class="wp-caption-text">F/A-18E Super Hornet sobrevoa ao lado do USS Harry Truman com mísseis AIM-120 AMRAAM e AIM-9X Sidewinder. Foto: US Navy.</figcaption></figure>
<p>O CURV-21 também foi usado em outros dois recentes resgates de aviões de caça que caíram no mar. O primeiro, em 2021, quando um <a href="https://www.aeroflap.com.br/surge-imagem-do-f-35-resgatado-do-fundo-do-mar/">F-35B da Força Aérea Real caiu no Mediterrâneo</a> ao tentar decolar do porta-aviões USS Queen Elizabeth. A aeronave foi resgatada três semanas depois em uma corrida contra o tempo, para impedir que os destroços do caça stealth caíssem nas mãos erradas.</p>
<p><em>&#8220;Inerente à Força-Tarefa 68 é nossa capacidade de nos adaptar a qualquer conjunto de missões &#8211; podemos mobilizar e implantar rapidamente comando, controle e comunicações escaláveis, a fim de integrar e fornecer comando e controle avançados quando e onde necessário&#8221;</em>, disse o Comodoro da Força-Tarefa 68, Capitão Geoffrey Townsend.</p>
<p>Em março, o CURV-21 viu serviço para resgatar outro F-35, dessa vez <a href="https://www.aeroflap.com.br/marinha-dos-eua-recupera-f-35c-que-estava-no-mar-da-china/">um F-35C que caiu no Mar da China Meridional</a> após colidir contra o convés do porta-aviões USS Carl Vinson durante o pouso. O acidente, ocorrido em 24/01, deixou sete militares feridos, incluindo o piloto que ejetou da aeronave.</p>
<p>Apesar de não ser um caça de última geração como o F-35, o F/A-18 Super Hornet também carrega instrumentos sensíveis, como o radar AESA AN/APG-79, sensores de alerta radar e identificação amigo-inimigo, rádios, datalink, computadores de missão e outros. Isso também inclui qualquer outro equipamento que estivesse &#8220;pendurado&#8221; no avião na hora do acidente, como mísseis e pods eletro-ópticos.</p>
<figure id="attachment_175820" aria-describedby="caption-attachment-175820" style="width: 684px" class="wp-caption aligncenter"><img class="wp-image-175820 size-full" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2022/08/apg79v2.jpg" alt="" width="694" height="463" /><figcaption id="caption-attachment-175820" class="wp-caption-text">Radar AESA APG-79 usado no F/A-18 Super Hornet. Foto: Raytheon / Marinha dos EUA.</figcaption></figure>
<p>A possível captura desse tipo de material, mesmo danificado, é um sério risco de segurança para os EUA e seus aliados. Além disso, a Marinha dos EUA está modernizando seus caças Super Hornet, que ainda permanecerá em serviço pelos próximos anos, operando ao lado do F-35, como observa o <em><a href="https://www.thedrive.com/the-war-zone/navy-super-hornet-that-blew-off-carriers-deck-back-in-u-s-hands">The War Zone</a>.</em></p>
<p>Felizmente, para os EUA, esse perigo já existe mais agora que o F/A-18 Super Hornet já está em mãos seguras. A Marinha diz que o jato será logo enviado de volta ao país.</p></p>

EUA recupera caça F/A-18 que caiu de porta-aviões no Mar Mediterrâneo
por Gabriel Centeno


Autor: Gabriel Centeno
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