A Força Aérea Americana (USAF) recebeu seu primeiro Beechcraft/Textron AT-6E Wolverine. A USAF deve adquirir mais duas unidades do turboélice de ataque leve. As aeronaves serão usadas no programa Airborne Extensible Relay Over-Horizon Network, o AEROnet.
O programa visa desenvolver um sistema de baixo custo para compartilhamento de dados e comunicações para ajudar aliados e parceiros trabalharem melhor juntos durante as operações de coalizão.
O anúncio do recebimento da aeronave veio através de um tweet do Centro de Gerenciamento do Ciclo de Vida da Força Aérea (AFLCMC), sediado na Base Aérea de Wright-Patterson, em Ohio.
https://twitter.com/AFLCMCofficial/status/1362058905346584578
O AT-6E Wolverine é uma variante do turboélice de treinamento T-6 Texan II, já usado pela USAF, Marinha e Exército dos EUA. Esta versão é dedicada às missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), ataque leve, contra-insurgência (COIN) e e aéreo aproximado (CAS).
A aeronave rivaliza diretamente com o Embraer A-29 Super Tucano, com quem disputou o programa Light Attack/Armed Reconnaissance (LAAR) para aquisição de aeronaves de ataque leve para a USAF.
No ano ado a USAF anunciou a suspensão do LAAR, mas afirmou que iria adquirir até três A-29 e três AT-6 para diversos testes.
O Wolverine conta com seis estações nas asas para carregar mísseis, foguetes e bombas inteligentes ou convencionais e casulos de metralhadora. Na fuselagem o AT-6E possui mais uma estação para a instalação de uma torre FLIR.
O AT-6E que a Força Aérea acaba de receber também tem uma antena circular proeminente no topo do nariz, normalmente associada a sistemas de comunicação por satélite.
Outra característica que chama atenção é o esquema de pintura aplicado na aeronave, lembrando o padrão Europe One, usado pelos aviões da USAFE (Forças Aéreas dos Estados Unidos na Europa) durante a Guerra Fria.

A USAF também deverá adquirir até três unidades do A-29 Super Tucano para o Comando de Operações Especiais da USAF (AFSOC). Os Super Tucanos seriam empregados por instrutores (Combat Aviation Advisors) cujo trabalho é treinar e assessorar militares de forças aéreas estrangeiras.
Esse trabalho já é realizado, por exemplo, no Afeganistão, onde os A-29 são usados pela força aérea local, com assessoria dos americanos, no combate às forças do Talibã.

O AFSOC também está tentando adquirir aeronaves de ataque leve através do programa Armed Overwatch. O orçamento do programa foi bloqueado pelo Congresso Americano, mas o comandante do AFSOC, Tenente-General James Slife está otimista de que os legisladores possam ser convencidos a alocar dinheiro para este projeto no próximo ciclo fiscal.