A Geo bio gas&carbon e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável firmaram nessa terça-feira (8) uma parceria para o desenvolvimento da primeira planta no Brasil para produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir de biogás. O objetivo é desenvolver em escala comercial um modelo de produção sustentável e que utiliza resíduos de biomassa como fonte de carbono biogênico. O projeto envolve investimentos da ordem de 7,8 milhões de euros, dos quais 1,5 milhão de euros serão recursos do Ministério da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, que serão implementados pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, no âmbito do Programa develoPPP.
O acordo entre a Geo e a GIZ foi assinado no mesmo dia em que o governo brasileiro sancionou a lei que cria o Combustível do Futuro. O programa estabelece um novo marco regulatório para os biocombustíveis no Brasil e introduz o SAF na matriz energética brasileira. Para fortalecer suas capacidades para além da cooperação com a GIZ, a Geo também iniciou uma parceria adicional com a Coopersucar, para que a unidade da planta piloto no interior de São Paulo, que conta com financiamento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), comece a produzir SAF já a partir de 2025. A produção em escala comercial esperada é de 750 litros/dia.
A Geo e GIZ atuarão juntas no estabelecimento da cooperação internacional entre universidades e institutos de pesquisa brasileiros e alemães; na disseminação de conhecimento por meio de capacitação de profissionais; e no apoio à certificação da cadeia produtiva, desde sua origem à regulamentação do biocombustível no Brasil. Um das metas dessa parceria é compartilhar a experiência da planta com outras empresas e multiplicadores para a reprodução do projeto por outros investidores. Já com a Copersucar, a Geo atuará na implantação e operação da usina.
Sancionado nesta terça-feira (8), a lei do Combustível do Futuro estabelece que, a partir de 2027, os operadores aéreos serão obrigados a reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso do SAF. As metas começam com 1% de redução e crescem gradativamente até atingir 10% em 2037.
No âmbito mundial, a Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, em inglês) estabeleceu três principais metas para o setor de aviação: melhoria anual de 2% na eficiência dos combustíveis até 2050; emissões líquidas de CO₂ até 2050; e Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation (CORSIA), que visa um crescimento carbono neutro do setor a partir de 2020, exigindo que as companhias aéreas compensem o crescimento das emissões além desses níveis. A União Europeia (UE), através do pacote Fit for 55 e da iniciativa ReFuelEU Aviation, estabeleceu metas para reduzir as emissões líquidas em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990, e alcançar a neutralidade climática até 2050.
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