O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Jr., revelou nesta manhã (22) que o contrato de aquisição dos caças F-39 Gripen será modificado para contemplar mais quatro aeronaves.
O Brigadeiro afirmou a compra das aeronaves adicionais durante seu discurso na cerimônia alusiva ao Dia da Aviação de Caça, realizada na Base Aérea de Santa Cruz (RJ). Baptista Jr. agradeceu o Presidente Jair Bolsonaro por autorizar a modificação do contrato de 36 aeronaves, adicionando outras quatro e elevando o total para 40 unidades.
Segundo o Comandante, a alteração contratual vai permitir que a FAB inicie estudos para a futura implantação dos caças em uma segunda base aérea. A primeira unidade a receber os Gripens será o 1º Grupo de Defesa Aérea, o Esquadrão Jaguar, sediado na Base Aérea de Anápolis (GO).
A OM (organização militar) a por uma série de reformas e atualizações para receber não só o novo caça, mas também o cargueiro KC-390 Millennium da Embraer.
“Neste sentido, agradeço novamente ao Presidente Jair Bolsonaro pela autorização para que o contrato de aquisição das aeronaves Gripen seja alterado, no sentido de serem acrescidas mais quatro aeronaves, o que nos possibilitará iniciar os estudos para implantação desses vetores em mais uma base aérea, a ser decidida oportunamente pelo Alto Comando da Aeronáutica. Em paralelo, iniciaremos estudos preliminares para aquisição de um segundo lote dessas aeronaves, a fim de garantir que a desativação das aeronaves de caça mais antigas não acarrete perda da capacidade de cumprirmos nossa missão de defesa da Pátria”, disse o Comandante no seu pronunciamento.

O Ten. Brig. Baptista Jr. não deu mais informações sobre as aeronaves adicionais. Acredita-se que a nova base poderá ser Canoas, Santa Maria ou Santa Cruz. As três atualmente são sedes de esquadrões da 1ª linha da Aviação de Caça, com aeronaves F-5M e A-1M. A Base Aérea de Manaus também era sede do Esquadrão Pacau, com os F-5, que foi desativado no final de 2021. Suas aeronaves foram distribuídas entre os demais esquadrões.

Contrato e recebimento
O contrato original cobria a aquisição de 36 aeronaves F-39E/F Gripen (antigamente chamadas de Gripen NG) fabricadas pela Saab na Suécia e pela Embraer no Brasil, sendo 28 da versão F-39E de um assento e oito da versão F e dois assentos (esta última adquirida exclusivamente pela FAB).
O Ten. Brig. Baptista Jr. já havia falado anteriormente sobre os estudos para um segundo lote de 30 caças, reforçando que apenas 36 aeronaves não são suficientes.
A aeronave foi selecionada em dezembro de 2013 durante o governo da então Presidente Dilma Rousseff, tendo seu primeiro contrato, avaliado em 39.882.335.471,65 Coroas Suecas (R$ 20,101 bilhões na cotação atual), assinado em outubro de 2014.

O primeiro Gripen brasileiro, FAB 4100, foi entregue à Força Aérea em meados de 2019. A aeronave foi translada ao Brasil por via marítima a bordo do navio MV Elke, chegando ao país em setembro de 2020 após quase um mês de navegação.
Desde então o caça está no Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC), nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Lá o avião, um modelo instrumentado e de pré-produção, é usado em testes e avaliações relacionados ao programa de desenvolvimento do Gripen, junto à Saab.
Esse trabalho faz parte da transferência de tecnologia adquirida pelo Governo junto dos aviões, a fim de aumentar as capacidades das indústrias de defesa e aeronáutica do país.
Cerimônia de incorporação
Durante a cerimônia alusiva aos 77 anos do Dia da Aviação de Caça, os dois novos caças Saab Gripen E da FAB, matrículas 4101 e 4102, foram oficialmente incorporados à instituição.
Estes são os primeiros Gripens de série da FAB e seu batismo – com garrafas de espumante azul pelas mãos de Bolsonaro, Baptista Jr. e outras autoridades presentes – marcam seu ingresso na Aviação de Caça Brasileira.
As aeronaves chegaram ao país no início de abril a bordo do cargueiro Marsgracht e estão ando pela etapa de certificação militar no GFTC, antecedendo sua transferência para o Esquadrão Jaguar e eventual entrada em serviço operacional.
A expectativa é de que a Força Aérea receba outros dois Gripens (4103 e 4104) ainda neste primeiro semestre e mais outros dois caças no segundo semestre.
