O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), realizou, de 25 a 28 de julho, a Jornada de Segurança de Voo de 2022, no Complexo Santos-Dumont, no Rio de Janeiro. Palestrantes internos e externos discutiram diversos temas com a plateia composta por pilotos, operadores do sistema de inspeção em voo, operadores de sistemas de posicionamento de aeronaves, mecânicos e mantenedores de aeronaves.
As apresentações também foram assistidas por pilotos do quadro de tripulantes externo, por meio de transmissão ao vivo. O ciclo de palestras é realizado anualmente com o objetivo de manter o elevado padrão de segurança na operação aérea.
O evento foi iniciado pelo comandante do GEIV, Tenente-Coronel Bruno Michel Marcondes Alves. O oficial agradeceu aos presentes e comemorou a retomada da atividade, depois de dois anos de interrupção, em função da pandemia da COVID-19.
“Historicamente, o GEIV promove esse evento em julho. É um período em que a carga de trabalho aumenta um pouco, tanto a de chão, quanto a de voo, mas não podemos deixar de pensar e reforçar o tema prevenção de acidentes. Agradeço aos palestrantes por dedicarem um tempo para compartilhar informações conosco”, enfatizou o Tenente-Coronel Alves.
Performance de Aeronaves
O primeiro dia contou com palestra do comandante Thiago Breener, piloto da companhia Aérea GOL, que tratou de temas relacionados à performance de aeronaves. Ele apresentou as diferenças de calibragem do PAPI e do Glide Slop; do PAPI e RPN; além de discorrer sobre as situações nas quais os pilotos devem decidir por abortar a decolagem (Go, No Go Decision); os procedimentos especiais de saída e as regras que envolvem ACN e PCN. Os participantes puderam fazer perguntas e trocar experiências.
“O que eu acho mais sensacional da Força Aérea é que realiza diversas operações especiais. Eu fico muito feliz em saber que vocês também se interessam pelo nosso trabalho, em conhecer o nosso lado. Estou honrado por ter sido convidado para esta conversa”, declarou o palestrante, comandante Thiago.
O Chefe da Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAA) do GEIV e um dos responsáveis pela organização do evento, Capitão Felipe Alberto de Lima Souza, comentou sobre a escolha deste tema.
“Estamos operando com duas aeronaves a jato, o Legacy e o Hawker, e o comandante Thiago tem muito conhecimento sobre esse tema, porque costuma tratar sobre ele em seu canal no Youtube e em suas aulas.”
“Ele tem muita bagagem e consegue demonstrar para todo o efetivo, independente da especialidade, a performance de cada aeronave para pousos e decolagens, além de tratar sobre algumas panes que podem ocorrer em situações reais”, declarou.
Risco da Fauna na Operação, Meteorologia no planejamento de voo e Responsabilidade criminal em acidentes aéreos
Na terça-feira (26/07), ocorreram apresentações sobre Risco da Fauna na Operação; Meteorologia no planejamento de voo e Responsabilidade criminal em acidentes aéreos.
Os palestrantes foram, respectivamente, o chefe da Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAA) da Academia da Força Aérea (AFA), Capitão Aviador Fernando Lopes da Silva; o Capitão Especialista em Meteorologia Vicente Batista Rangel, do Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER) e o presidente da Comissão de Direito Aeronáutico da OAB-RJ e piloto da TAM, Antonio José e Silva.
Na aviação, o risco de fauna é a possível colisão entre uma aeronave e aves. Desde 2012, a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) aumentou o leque dessa definição, incluindo morcegos e, principalmente, animais terrestres que se envolvem em colisões nas áreas de pouso de aeronaves em todo o mundo.
O Capitão Silva mencionou o acidente do Rio Hudson, ocorrido em janeiro de 2009, e relatou que ocorreu um aumento significativo em relação a reportes de eventos desta natureza a partir daquele ano. “E não foi porque as ocorrências cresceram, mas a importância do fato foi notada pelos pilotos, que aram a reportar a situação”, pontuou o palestrante.
Já a aula do Capitão Rangel fez o público refletir sobre as diversas questões a serem consideradas para um planejamento meteorológico, como tipo e limites da aeronave; condição sinótica reinante; dentre outros.
“Busquem sempre a segurança de voo. Nenhum plano de voo é mais arriscado do que uma mente no piloto automático”, advertiu o especialista em Meteorologia.
Sobre Direito Aeronáutico, o advogado especialista Antonio Jose e Silva, que também é perito aeronáutico da Justiça Federal tratou dos conceitos, objetivos das investigações, tipos penais e responsabilidades criminais do acidente aéreo e, principalmente, dos garantidores de segurança.
Ressaltou, ainda, que a Lei 12.970, é um marco no sistema legislativo na atividade aérea, fazendo apontamos e falando das mudanças de alguns artigos na investigação do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) e como ela pode contribuir para uma apuração criminal.
Situações Reais de Risco e Fatores Contribuintes
Já no terceiro dia (27/07), foram discutidos os fatores contribuintes para ocorrência de acidentes e incidentes aeronáuticos. O público teve o a dados, relatórios e vídeos sobre situações reais de risco.
O primeiro tema do dia foi “Qual o ponto em que algum acidente se torna irreversível"
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