Um dos aviões de combate mais famosos da história, o lendário Grumman F-14 Tomcat fez seu primeiro voo há exatos 53 anos. Imortalizado pelo filme Top Gun – Ases Indomáveis (1986), o jato já foi aposentado pela Marinha dos Estados Unidos, mas segue em atividade no Irã.
Sob comando dos pilotos de teste Robert K. Smyth e William Miller, o primeiro protótipo Full Scale Development (FSD) do Tomcat, matrícula 157980, foi aos céus um mês antes da data estipulada no contrato com a Marinha. Decolando da sede da Grumman em Calverton, Long Island, eles fizeram apenas alguns circuitos com a aeronave, voltando ao aeródromo por conta das condições meteorológicas adversas.
Infelizmente, o primeiro protótipo do Tomcat teve vida curta, vindo a ser perdido em acidente no dia 30/12 em seu segundo voo de testes. Durante o voo, os tripulantes do avião-paquera (aeronave que acompanha a outra em um voo de testes) notaram uma trilha de fumaça saindo do Tomcat, com o avião sofrendo uma pane hidráulica em seguida.
Já retornando para Calverton, a aeronave apresentou mais uma pane hidráulica. Os pilotos, novamente Smyth e Miller, tentaram usar o Sistema de Sobrevivência de Combate, que deveria fornecer força hidráulica para as superfícies de comando da cauda. Esse sistema também falhou e eles foram forçados a ejetar, sobrevivendo com apenas alguns machucados leves.
Mesmo com a perda do primeiro avião em seu segundo voo, o programa do Tomcat prosseguiu. O F-14 teve 12 protótipos, dos quais três foram perdidos em acidentes em voos de testes.
Quatro anos depois, o mais conhecido dos ‘Gatos da Grumman’ entrava em serviço com a Marinha dos Estados Unidos, sendo o primeiro caça de 4ª geração da história e empregando, também, o primeiro microchip do mundo em seu radar AWG-9.
Embora potente e bem armado, o F-14 também era um avião caro e difícil de manter, fosse pelo problemático motor Pratt & Whitney TF30 ou pelas asas de geometria variável. Assim, fora seu país de origem, apenas o Irã adquiriu o modelo, onde ainda voa por conta das sanções impostas pelo Ocidente.

Nos Estados Unidos, os Tomcats deixaram de voar em outubro de 2006, depois de 32 anos de serviço, dando lugar ao F/A-18 Super Hornet da Boeing. Para evitar o contrabando de peças aos iranianos, o governo dos EUA optou por destruir a maior parte das aeronaves restantes.
Mesmo assim, mais de 5 décadas após seu primeiro voo e 17 anos depois da sua aposentadoria pelo seu principal operador, o F-14 Tomcat segue chamando a atenção de muitos entusiastas, do mais jovem aos mais velhos, ainda ocupando um lugar de destaque.