A história da aviação executiva no Brasil se mistura com a trajetória do Comandante José Afonso Assumpção, cuja visão e espírito pioneiro redefiniram os limites desse segmento e que tenho o orgulho de chamar de avô. Ao longo dos últimos 65 anos, desde que o Comandante fundou a Líder Aviação, ela se tornou referência e exemplo de inovação, segurança e excelência. Hoje, no Dia do Aviador, reflito sobre a profundidade desse legado, que transcende o tempo e continua a impactar a aviação brasileira.
Quando José Afonso fundou a Líder, em 1958, o Brasil era um país em transformação, com uma economia que começava a ganhar fôlego, mas com infraestrutura aérea ainda precária. À época, o conceito de aviação executiva era quase inexistente no país e o transporte aéreo era praticamente dominado por operações comerciais tradicionais. A ausência de serviços de táxi-aéreo eficientes e seguros inspirou meu avô, que era piloto, a enxergar além do horizonte. Ele compreendeu que a aviação executiva não se tratava apenas de uma alternativa ao transporte comercial, mas de uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento econômico e empresarial que alçava voos mais altos no Brasil.
Meu avô, explorando seu instinto de aviador e empreendedor ao estar sempre atento às informações, aos sinais e aos dados ao redor, sempre defendeu uma visão mais ampla, acreditando que o país, com suas dimensões continentais, necessita de uma aviação ágil e eficiente capaz de conectar cidades e regiões com velocidade e segurança. Para ele, a aviação executiva nunca foi um luxo, mas uma necessidade para o desenvolvimento econômico e para o fortalecimento de empresas e instituições.
A contribuição do Comandante José Afonso para o setor vai além da criação de uma empresa de aviação executiva. Ele é mentor para gerações de profissionais da aviação no Brasil, sempre investindo no desenvolvimento técnico e humano, pois acredita que o verdadeiro diferencial de uma organização está nas pessoas que a compõem. Ao fomentar a formação de pilotos, mecânicos e gestores, assegura a perpetuação de seu propósito e promove a excelência como um valor inegociável.
O Comandante sempre acreditou profundamente na aviação como um catalisador para a inovação, criando soluções em que a mobilidade aérea não apenas encurta distâncias físicas, mas conecta pessoas e ideias de forma rápida e eficiente. Ele trouxe para o Brasil uma abordagem que une a precisão operacional com a personalização dos serviços privativos. Até hoje, quando conversamos sobre o mercado, meu avô faz comentários e análises sobre o que vem pela frente na aviação.
Esse espírito inovador, porém, ultraa o âmbito técnico. José Afonso entendeu desde cedo que a aviação executiva no Brasil precisava de uma abordagem integrada, em todas as etapas do ciclo operacional e introduziu o conceito de one stop shop, com todas as soluções para aviação executiva em um só lugar, desde operações de helicópteros, gerenciamento e fretamento de aeronaves, serviços aeroportuários, compra e venda, manutenção, seguro aeronáutico e até treinamento em simuladores de voo.
Por fim, lembro sempre que tudo começou por causa da segurança, que é o alicerce do qual meu avô nunca se desviou. A decisão em criar a própria empresa aérea começou quando, ao prestar um serviço de táxi-aéreo para uma outra companhia, teve uma pane no avião. Ali, entendeu que não basta voar, é necessário garantir que todos os voos sejam experiências impecáveis, onde cada detalhe é pensado para preservar vidas e construir confiança. Pediu demissão e resolveu que criaria a sua empresa de aviação executiva, totalmente baseada em segurança. E, com a concordância (e empurrãozinho) da minha avó, usou o dinheiro guardado para comprar a casa própria para adquirir o primeiro avião da Líder, um Cessna 170.
Ao olharmos para o ado e reconhecermos o impacto que o comandante José Afonso teve na aviação brasileira, percebemos que sua contribuição é, de fato, transformadora. Ele moldou não apenas uma empresa, mas também o modo como o Brasil pensa e utiliza a aviação executiva, ajudando a tornar o país mais conectado e eficiente.
José Afonso fez mais do que inaugurar uma empresa. Ele lançou uma nova mentalidade.
Neste Dia do Aviador, presto homenagem ao meu avô, ao meu irmão Geraldo e ao meu primo Gustav, que também escolheram o cockpit como escritório, e a todos os profissionais que, como eles, acreditam que a aviação tem o poder de transformar o mundo. José Afonso Assumpção é, sem dúvida, um visionário à frente de seu tempo, e seu legado nos inspira a voar cada vez mais alto, com os pés firmemente ancorados em nossos valores inabaláveis de segurança, inovação e excelência em tudo o que fazemos.
Bruna Assumpção
Diretora Superintendente de Aviação Executiva
Líder Aviação
