A Northrop Grumman iniciou a fabricação do sexto bombardeiro B-21 Raider, que poderá fazer seu primeiro voo ainda em 2022. A empresa está fabricando as fuselagens, enquanto finaliza o desenvolvimento da parte eletrônica e dos demais sistemas do avião.
Com mais aviões fabricados, e sendo testados futuramente, a Northrop quer antecipar o desenvolvimento do B-21 para manter o programa dentro do cronograma previsto, e não causar atrasos na substituição do B-1B Lancer e do B-2 Spirit.
A informação foi compartilhada pelo major-general da USAF Jason R. Armagost, durante a Cúpula de Dissuasão Nuclear de 2022:
“O B-21, indo para o futuro, será nossa aeronave penetrante, entrará na área antio, com capacidade dupla”, disse Armagost, diretor de planos estratégicos, programas e requisitos da AFGSC. “Agora existem seis desses. O lançamento (rollout) provavelmente será em algum momento deste ano. Não tenho liberdade para dar a data provável disso, mas [será] rapidamente seguido pelo primeiro voo”.
Provavelmente o rollout será realizado sem nenhuma presença de público, visto o modo dos Estados Unidos de tratarem as suas novas tecnologias.
Todos os seis aviões fazem parte da frota de protótipos de desenvolvimento, e compõe o grupo de Engenharia e Desenvolvimento de Manufatura (EMD). Mas no futuro esses aviões serão possivelmente convertidos para aeronaves militares de série, e entregues à USAF, como normalmente ocorre no setor.

No desenvolvimento do B-2 Spirit, na década de 80, a Northrop também utilizou seis aviões como protótipos para desenvolver tecnologias.
A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) revelou que espera comprar pelo menos 100 bombardeiros B-21, a um custo de US$ 600 milhões por unidade.
Como será o bombardeiro B-21 Raider?
Anunciado inicialmente em 2016, o B-21 será um novo bombardeiro stealth com longo-alcance e grande capacidade carga. As concepções artísticas divulgadas até o momento mostram que a aeronave terá design similar ao B-2 Spirit, este em serviço desde a década de 1980.
O nome Raider é uma homenagem aos Doolittle Raiders, um grupo de aviadores da então Força Aérea do Exército dos EUA, que em 18 de Abril de 1942, liderados pelo Tenente-Coronel James Harold Doolittle decolaram bombardeiros B-25 Mitchell a partir do porta-aviões USS Hornet para atacar Tóquio em resposta ao ataque japonês de Pearl Harbor em dezembro de 1941.

O B-21 deverá substituir, de forma gradativa, o B-1B Lancer supersônico e o B-2A Spirit stealth, duas aeronaves que junto do B-52 Stratofortress formam a tríade de bombardeiros da Força Aérea dos EUA. Em junho de 2021, a secretária interina da USAF revelou ao Congresso que os dois primeiros protótipos do B-21 “estão completos e prontos para os testes“.
A USAF planeja ter apenas dois modelos em serviço no futuro, com o B-21 e os B-52 atualizados com novos motores formando a espinha dorsal do Comando de Ataque Global. A USAF também já deu início ao processo de aposentadoria dos B-1B, com 17 unidades iniciais escolhidas. A primeira foi retirada de serviço em fevereiro do ano ado.
Em termos de capacidade de bombas é esperado algo próximo ao B-2, já as dimensões externas do novo bombardeiro deverá ser um pouco menor. Contudo, o custo de operação deve ser bastante reduzido em comparação com a geração anterior.
Com informações de Airforce Magazine.
Texto por Pedro Viana e Gabriel Centeno/Aeroflap.