Desde o início da minha carreira como empreendedor no setor de crédito privado, sempre busquei paralelos entre a disciplina exigida na aviação, onde atuo como piloto, e o universo das finanças. À primeira vista, essas áreas parecem seguir trajetórias completamente distintas, mas, com o tempo, percebi que os princípios que regem o sucesso em ambos os mundos são bastante parecidos. Tanto no comando de uma aeronave quanto no gerenciamento de uma empresa, os desafios são superados com planejamento preciso, controle rigoroso de riscos e a capacidade de adaptação a cenários imprevisíveis.
Na aviação, o planejamento é fundamental. Antes de um voo, o piloto deve traçar uma rota com base em fatores como condições meteorológicas, peso da aeronave e possíveis situações de emergência. Esse tipo de preparo garante que o piloto não só chegue ao seu destino, mas também esteja preparado para lidar com imprevistos no caminho. No setor de crédito privado, a lógica é a mesma: cada operação deve ser cuidadosamente planejada, levando em consideração o perfil de risco do cliente, as condições do mercado e possíveis oscilações que possam impactar o retorno esperado.
Um piloto experiente sabe que imprevistos podem acontecer a qualquer momento, seja uma turbulência inesperada ou uma pane mecânica. Da mesma forma, no mundo das finanças, o inesperado também faz parte do jogo. Oscilações nos mercados globais, crises políticas ou mudanças nas taxas de juros podem abalar a estabilidade de uma operação financeira. Por isso, uma boa gestão de risco é tão essencial quanto o domínio dos controles de uma aeronave. No crédito privado, isso significa monitorar constantemente os indicadores econômicos e ajustar as estratégias quando necessário, assegurando que a empresa esteja pronta para mitigar perdas e maximizar retornos.
Outro ponto em comum entre aviação e finanças é a necessidade de confiança e precisão. No cockpit, não há espaço para erros. Da mesma forma, no setor de crédito, cada decisão deve ser tomada com base em dados concretos e análises robustas. Uma empresa que lida com crédito precisa inspirar confiança em seus clientes e parceiros, assim como o piloto transmite segurança aos ageiros.
As lições que aprendi nos céus têm impacto direto na minha gestão empresarial. O compromisso com a excelência, o controle sobre os mínimos detalhes e a capacidade de agir rapidamente em situações críticas são qualidades que aplico tanto nos voos quanto no comando de meus negócios. Assim como um avião que decola com uma missão clara, a empresa deve estar sempre preparada para navegar em mercados voláteis, garantindo estabilidade e crescimento sustentável.
Essa intersecção entre aviação e finanças me ensinou que o sucesso, em qualquer campo, é construído com disciplina e estratégia. Seja nos céus ou no mundo dos negócios, a chave está em manter o foco no objetivo, gerenciar riscos com precisão e nunca subestimar o poder de um bom plano de voo.

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