Kelly Ortberg, antigo líder da Rockwell Collins, volta da aposentadoria para dirigir a fabricante de aviões dos EUA com 108 anos, que está enfrentando sérios problemas financeiros e operacionais. Ele precisará melhorar relações com companhias aéreas e funcionários, aumentar a produção, consertar as finanças e garantir um acordo trabalhista para evitar uma greve de trabalhadores no final deste ano.
Segundo a Reuters, executivos atuais e ados de companhias aéreas estão otimistas quanto à expertise aeroespacial e de engenharia de Ortberg, além de apreciarem sua independência na Boeing, por estar vindo de fora da empresa. Contudo, aos 64 anos, ele tem uma missão difícil pela frente.
“Não é uma solução de cinco anos”, disse Bill George, ex-CEO da Medtronic e membro executivo da Harvard Business School. “Ele está preparado para gastar os 10 anos que serão necessários para restaurar a Boeing?”
Ortberg não foi disponibilizado para uma entrevista pela Boeing. Segundo a empresa, estão sendo tomadas ações abrangentes para aprimorar a qualidade e estabelecer confiança, como a diminuição do trabalho viajado ou pendente. “Há muito a ser feito e estou ansioso para começar”, declarou o CEO em um comunicado na última quarta-feira.
A prioridade mais urgente da empresa é a queda na produção e entrega de jatos após a explosão de um em pleno voo em um 737 MAX quase novo em 5 de janeiro. A Boeing está atualmente produzindo cerca de 25 jatos MAX por mês, com a meta de chegar a 38 por mês até o fim do ano.
A situação deixou os clientes buscando desesperadamente aviões, à medida que a demanda por viagens cresceu, resultando em perda de receita e excesso de pessoal. A Southwest Airlines, que opera apenas com aviões da Boeing, planejava receber 85 jatos este ano, mas agora espera apenas 20.
A Boeing ainda lida com problemas na cadeia de suprimentos do setor e a possibilidade de interrupções trabalhistas em setembro, resultantes das negociações contratuais dos mais de 30.000 trabalhadores da fábrica na área de Seattle.
Representantes da Boeing e da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais informam que ambos os lados avançaram em questões não econômicas, e as negociações sobre questões econômicas críticas começarão nas próximas semanas.
Além desses problemas, a Boeing e o Departamento de Justiça dos EUA concordaram que a fabricante de aviões se declararia culpada de uma acusação de conspiração por fraude criminosa e pagaria até US$ 487 milhões após violar um acordo de acusação diferida de 2021. Um juiz dos EUA decidirá se aceita o acordo, o que obrigaria os membros do conselho a se reunirem com familiares.
Assim que a empresa estiver estabilizada, a liderança da Boeing precisará focar no lançamento de um novo jato comercial para modernizar sua linha de produtos, disseram analistas. O MAX é a variante mais recente do jato 737, que entrou em serviço pela primeira vez em 1968.
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