Em meio aos conflitos no Oriente Médio, uma piloto de caça da Marinha Americana se tornou a primeira mulher dos Estados Unidos a abater um alvo aéreo. Pilotando um caça F/A-18 Super Hornet, a aviadora ainda não identificada derrubou um drone dos rebeldes Houthi, grupo Iêmen apoiado pelo Irã.
O marco foi anunciado pela Marinha no dia 14/07, quando o porta-aviões nuclear USS Dwight D. Eisenhower (CVN-69) retornou aos EUA após uma viagem que começou em outubro de 2023. Durante o destacamento de nove meses, o navio participou das operações Inherent Resolve, contra o Estado Islâmico, e Prosperity Guardian, contra os rebeldes iemenitas.
Foi em um dos vários ataques dos Houthi contra as tropas americanas e navegação internacional que a piloto americana derrubou um drone. A ação marca a primeira vez que uma mulher americana derrubou outra aeronave em combate. A aviadora é parte do VFA-32 Fighting Swordsmen, um dentre quatro esquadrões de caça e ataque embarcados no CVN-69.
Em nota, a Marinha diz que durante a viagem operacional “sem precedentes”, o VFA-32 acumulou mais de 3000 horas e 1500 surtidas de combate nas operações no Oriente Médio.
“O esquadrão empregou mais de 20 mísseis ar-ar contra drones de ataque unidirecional Houthi, que tinham como alvo navios mercantes civis no Mar Vermelho e no Estreito de Bab-al-Mandeb. Durante uma missão, o VFA-32 se tornou a unidade da primeira piloto americana a engajar e destruir um alvo ar-ar”, aponta o release.

Também, os aviadores do VFA-32 coordenaram dois dos sete ataques contra alvos dos Houthis do Iêmen. Nestas ações, os militares empregaram quase 120 munições ar-solo de precisão, como bombas guiadas a laser e GPS, “destruindo munições e instalações de comando e controle que foram usadas para atingir embarcações civis.”
“O sucesso de todo o esquadrão nos últimos nove meses é uma prova de todos os membros do comando e seus amigos e familiares em casa que os apoiam”, disse o comandante Jason Hoch, oficial comandante do VFA-32. Para o oficial, as ações do esquadrão são prova de “que a flexibilidade que um grupo de ataque de porta-aviões traz para a luta é incomparável, e isso se deve unicamente aos marinheiros altamente treinados e motivados que vão além do chamado do dever a cada dia.”
Com o retorno do porta-aviões Eisenhower e seu grupo de batalha, o Pentágono destacou o porta-aviões USS Theodore Roosevelt para assumir as operações contra os Houthis e Estado Islâmico.
Embora a identidade da aviadora naval ainda não tenha sido revelada, uma imagem que circula pelo X (antigo Twitter) tem sido compartilhada como sendo da piloto. Ela mostra uma mulher com os trajes de piloto de caça a bordo de um porta-aviões, com um F/A-18 do VFA-32 ao fundo.
VFA-32 aboard The Mighty Ike has a historic aviator aboard. The first Female US Combat Aviator to score an air to air kill. pic.twitter.com/Gf8tij0FPu
— Animarchy History 🇦🇺🇺🇦🇵🇸 (@AnimarchyYT) July 21, 2024
O abate do drone pela aviadora ocorre cerca de 30 anos depois que a Tenente Kara Hultgreen se tornou a primeira mulher a pilotar um caça na Marinha dos EUA. Em julho de 1994, Kara foi qualificada para comandar o Grumman F-14 Tomcat, na época o principal avião de caça naval dos Estados Unidos. Infelizmente, a aviadora pioneira faleceu em outubro daquele mesmo ano ao tentar pousar o F-14 a bordo do USS Abraham Lincoln.
Hoje, a Marinha dos EUA tem o F/A-18 Super Hornet como seu principal vetor de caça e ataque. O modelo fabricado pela Boeing substituiu o F-14 em 2006 e mais recentemente foi um dos protagonistas do Blockbuster Top Gun: Maverick (2022)
O VFA-32 emprega, especificamente, o F/A-18F, versão de dois lugares do jato que. O Super Hornet é capaz de atingir os 1900 Km/h, é armado com um canhão rotativo de 20 mm e possui 11 pontos duros para carregar mísseis, bombas, foguetes e sensores. Além da Marinha dos EUA, o F/A-18 Super Hornet também serve à Força Aérea Real da Austrália.