A Rússia está em um complicado momento para o seu mercado de aviação. Com sanções em vigor, espaço aéreo fechado em vários países e ameaça de participação estatal nas empresas, as companhias aéreas estão recorrendo a diversos métodos para manter seus voos domésticos.
Uma dessas pontas do nó é o Sukhoi SSJ100, uma moderna aeronave regional projetada pela Sukhoi, e dos aviões russos, o único capaz de ser entregue neste momento totalmente novo. Muitas aéreas do país têm o SSJ100 na sua frota, e até o início de toda a crise operavam voos quase estritamente regionais.
Contudo, as sanções estão limitando a exportação de peças de reposição para aviões Airbus, Boeing e Embraer. O resultado foi um maior uso do SSJ100 em voos domésticos na Rússia, de uma forma nunca antes vista.
Mas o SSJ100 pode sofrer em breve com o mesmo problema dos seus irmãos ocidentais: A falta de componentes de reposição.
Com o estoque de peças acabando, p diretor geral da IrAero, Yuri Lapin, alertou Igor Kobzev, governador da região de Irkutsk, que as companhias aéreas que voam com o SSJ100 “não poderão garantir o reparo e a adequação mecânica” dos motores PowerJet SaM146.
Esse problema surge pelo motor PowerJet SaM146 ser uma criação entre a NPO Saturn, da Rússia, e a sa Safran, que também fabrica componentes do propulsor. Pelas sanções, a Safran fica impossibilitada de importar componentes ou serviços.
Por causa das sanções, a PowerJet suspendeu os contratos com a UEC-Saturn e a proibiu de enviar quaisquer produtos para empresas russas, mesmo motores que estão sendo reparados na Rússia, disse Lapin em carta. Por causa disso, a “filha” da UEC se recusa a aceitar motores Superjet para reparos.

A IrAero, que tem sete dessas aeronaves em sua frota, já está com falta de quatro motores, o que paralisa duas aeronaves. A companhia aérea de Irkutsk não pode sequer receber as peças de reposição que estão no armazém da UEC-Saturn, pois pertencem à PowerJet.
Os gerentes de mais três companhias aéreas, que operam com o SSJ100 Superjet, também relataram ao RBC que sofrem problemas para fazer a manutenção de motores do avião após o início das sanções. Se essas dificuldades continuarem, as companhias podem parar de operar voos no 3º trimestre de 2022.
À TASS, a Rostec negou que a Sukhoi enfrentará problemas para fornecer componentes do SSJ100, e que trabalha para nacionalizar totalmente a aeronave, enquanto as companhias continuem operando o avião sem interrupções.
Atualmente cerca de 150 aviões Sukhoi SSJ100 Superjet operam voos na Rússia em 11 operadores diferentes.
Com informações de: RBC