Os governos da Suécia e República Tcheca negociam uma extensão do leasing dos 14 caças Saab JAS-39 Gripen operados pelo país do Leste Europeu. As conversas ocorrem enquanto os tchecos também negociam a compra de 24 caças stealth F-35 dos EUA, futuros substitutos dos Gripens alugados.
Segundo o portal tcheco Novinky, o Ministério da Defesa Tcheco teme que a Lockheed Martin, fabricante do F-35, não consiga entregar os jatos até 2029, quando acaba o arrendamento dos caças suecos. Dessa forma, o país quer estender o contrato para 2035, quando os pilotos da Força Aérea Tcheca (CzAF) já estarão aptos para voar o F-35.

“As negociações com os EUA não fecham a porta para outras plataformas. O objetivo básico da República Tcheca sempre foi e continua sendo capaz de proteger nosso espaço aéreo com nossos próprios meios, mesmo durante a transição para uma nova plataforma”, disse o porta-voz da Defesa David Jareš ao Novinky quando questionado sobre as negociações com a Suécia.
O objetivo, segundo o portal, é evitar que a Tchéquia “caia na mesma armadilha” que capturou a Eslováquia. Em 2018 o país encomendou oito caças F-16 Block 70, também fabricados pela Lockheed. Os aviões deveriam ter sido entregues neste ano, mas a escassez de chips e a pandemia de Covid-19 atrasaram a entrega dos aviões em pelo menos um ano. Forçada a aposentar seus MiG-29 Fulcrum, a Eslováquia fechou um acordo com Polônia e Tchéquia, onde os dois países vão defender seu espaço aéreo enquanto espera os jatos novos.

Praga decidiu comprar os F-35 em julho, assinando o pedido formal para a aquisição em outubro de 2022. Antes disso a Suécia, por meio de seu embaixador Fredrik Jörgensen, ainda ofertou que o país ficasse com os Gripens alugados “de graça”, caso Praga optasse pelo Gripen E mais novo ao invés do F-35. As declarações de Jörgensen irritaram a ministra da Defesa, Jana Černochová, que, segundo uma fonte do portal, disse que ele não age como diplomata, mas como empresário.