A Força Aérea da Romênia (RoAF) cessou completamente as operações com seus caças MiG-21 LanceR na última sexta-feira (15) após uma série de acidentes fatais. Ao mesmo tempo, o país acelerou o processo de compra de mais de 30 caças F-16 Fighting Falcon usados pela Noruega.
Conforme o portal Romania Insider, o Ministério da Defesa (MApN) informou que a decisão foi tomada por ordem do Chefe do Estado-Maior da Defesa, General Daniel Petrescu.

O ministério explicou que a medida foi tomada devido “à incidência significativa de eventos e acidentes aéreos durante a operação de aeronaves MiG-21 LanceR que resultaram em múltiplas baixas e aeronaves danificadas ou destruídas”. A decisão visa “melhorar a segurança da aviação e prevenir eventos e acidentes aéreos, reduzindo os riscos associados a falhas técnicas”.
O mais recente acidente com um MiG-21 romeno ocorreu em 02 de março, quando uma aeronave caiu durante uma missão de patrulha, matando o piloto. Um helicóptero IAR-330 enviado para procurar o local do acidente também caiu, matando os sete tripulantes.

Por outro lado, o Ministério disse acelerará a aquisição de 32 aeronaves F-16 da Noruega, formando outros dois esquadrões do modelo. “O projeto de lei que aprova esta aquisição ou pela fase de transparência legislativa e está no circuito de aprovação, e será apresentado ao Parlamento romeno o mais rápido possível.”
O ministério também já planeja a futura aquisição do caça stealth Lockheed Martin F-35, o mesmo que substituiu os F-16AM/BM da Noruega. “Os recursos disponíveis dos três esquadrões de aeronaves multifunção F-16, que serão operados pela Força Aérea, garantirão sua operação por um período mínimo de 10 anos e formarão uma capacidade aérea de transição para o F-35 de quinta geração. jatos”, disse o MApN.

Atualmente a Força Aérea Romena possui 14 F-16AM e três F-16BM, atualizados pelo programa MLU (Mid Life Upgrade), como ocorreu com os caças noruegueses. Os jatos foram adquiridos de Portugal entre 2016 e 2020 e são operados pelo 53º Esquadrão de Caça, com sede na 86ª Base Aérea da RoAF, em Fetesti.
MiG-21 atualizado por Israel
Entre 1995 e 2002, a companhia israelense Elbit Systems e sua parceira romena Aerostar Bacău iniciaram um extenso programa de atualização de 110 caças MiG-21 Fishbed das versões MiG-21M, MiG-21MF, MiG-21MF-75 e MiG-21UM para os padrões LanceR A, LanceR B e LanceR C.
O R maiúsculo no nome LanceR refere-se à Romênia.

As aeronaves receberam integração com armamentos novos, como mísseis Rafael Python III e R.550 Magic II e o casulo Litening, além de manter a compatibilidade com os armamentos de origem soviética presentes nos estoques da RoAF, como os mísseis R-60 e o R-73 mais novo, ambos de curto alcance.
A modernização também adicionou novos sistemas de navegação e comunicação, aviônicos modernos, HUD (display ao nível dos olhos), telas multifuncionais, comandos HOTAS, radares Elta EL/M-2032 para a versão LanceR-C de superioridade aérea e Elta EL/M-2001B para os LanceR A e B. O pod de contramedidas eletrônicas Elta EL/L-8222R também pode ser usado pelo MiG-21 modernizado.
Outro importante instrumento integrado foi o capacete com display integrado (HMD) Elbit DASH.
Com ele, o piloto pode olhar para fora da aeronave e ainda ver informações de voo primárias, como rumo e altitude, mas também fazer a pontaria e emprego de armamentos.

Com o upgrade, os MiG-21 romenos aram a ter instrumentos e aviônicos similares aos encontrados em caças de 4ª geração. O radar EL/M-2032, por exemplo, é páreo ao APG-66 usado no F-16. O programa de atualização tornou o LanceR uma das versões mais modernas do caça MiG21 de origem soviética que é, até hoje, a aeronave supersônica mais produzida de todos os tempos.