Enfrentando uma crise econômica acelerada pela invasão na Ucrânia, a Rússia está avançando no desenvolvimento de seu primeiro (e único) caça de 5ª geração, o Sukhoi Su-57. Na última semana o conglomerado estatal United Aircraft Corportation (UAC) conseguiu registrar a patente para a versão de dois lugares do jato “invisível aos radares”.
O documento RU No. 280764 foi aprovado pelo Serviço Federal de Propriedade Intelectual no último sábado (17), embora tenha sido originalmente submetido ao órgão em maio deste ano. A patente descreve o Su-57 como uma “aeronave multifuncional de dois assentos […] com um complexo de equipamentos a bordo”, para “detectar e destruir alvos aéreos, de superfície e terrestres em velocidades de voo super e subsônicas em uma ampla gama de altitudes, bem como atuar como um posto de comando aerotransportado para operações orientadas em rede de grupos mistos de aeronaves.”

Uma das missões atribuídas ao Su-57 de dois lugares é posto de comando aéreo, como destacado pela própria patente. O cockpit traseiro está “equipado com controles para transferência de prioridade de controle de um piloto para outro e pelo menos dois indicadores panorâmicos multifuncionais para controle da aeronave e das armas”, indica a patente.

Como sugerido no ado, o tripulante do assento traseiro pode desempenhar uma série de funções, incluindo a de gerenciar outras aeronaves no campo de batalha, tripuladas ou não. A Rússia vem trabalhando na integração do Su-57 com o drone S-70 Okhotnik, também stealth, e que deverá atuar ao lado do jato tripulado de forma autônoma. Países do Ocidente como EUA e Reino Unido também tem investido nessa tecnologia, comumente chamada de “Ala Leal”.
Embora a patente só tenha sido registrada nos últimos dias, já se fala de uma versão biplace do Sukhoi Su-57 desde quando o jato russo ainda era chamado pelo seu nome de projeto, T-50 PAK-FA. No entanto, esse era um desejo da Índia e não da Rússia.
Sob o programa FGFA, os indianos participariam do desenvolvimento e mais tarde comprariam o então T-50, incluindo numa versão de dois lugares para treinamento. A Índia, no entanto, ficou insatisfeita com a demora no projeto, abandonando a parceria em 2018. Nova Déli optou por investir no desenvolvimento de seus próprios aviões stealth.

Em 2021 a Rússia voltou a falar sobre um possível Su-57 biplace, novamente com olhos para o mercado de exportação.
De qualquer forma, quem saiu na frente foi a China, que está voando uma versão de dois lugares do Chengdu J-20. Spotters flagaram o jato em uma base aérea em 2021, mas o avião não foi apresentado oficialmente até hoje.