A série de aviões produzidos hoje pela Daher, TBM, é um marco na aviação executiva, reconhecido por sua combinação de velocidade, eficiência e confiabilidade.
O projeto foi desenvolvido pela sa SOCATA em parceria com a americana Mooney nos anos 1980, a partir do modelo conhecido como Mooney 301, que nunca foi certificado. Foi uma única tentativa da fabricante americana de entrar no mercado de aeronaves com cabine pressurizada, para competir com os “player” de mercado, como a Cessna, que tinha a produção do C210 pressurizado por vários anos, a Beech e Piper, ambos tendo anunciado planos para um projeto de aeronave para seis lugares, com cabine pressurizada. Entretanto, sua repetida crise financeira a fez abandonar o projeto.

Em 1985, os investidores ses Alec Couvelaire e Armand Rivard adquiriram a companhia localizada no Texas. Após a aquisição, concluíram que o então Mooney 301 era muito pesado e lento para competir com os produtos existentes no mercado. Foi então que, dentro de uma t venture criada com a companhia sa Socata desenharam outro avião a partir do monomotor inventado.
Exatamente um ano depois, o primeiro protótipo foi produzido e designado como TBM 700. Mas afinal, o que significa a sigla TBM? Na verdade se tornou um acrônimo em alusão à cidade onde fica baseada a Socata (um lado da t venture) e uma homenagem à companhia que deu pontapé inicial ao projeto finalmente produzido – e o outro lado da t venture que havia sido criada: TB é a sigla para Tarbes, aquela cidade na França, e M de Mooney, é claro.
Contudo, apresentando performance de cruzeiro superior, inclusive a muitos turboélices bimotores existentes no mercado daquela época (como o King Air C90A), o TBM 700 se tornou o primeiro turboélice monomotor de alto desempenho.
Enfim, os planos era da produção do avião existir tanto na França, por meio da Daher-Socata, quanto em Kerrville, TX, localizado nos E.U.A.. No entanto, no mesmo ano de certificação do avião, em 1990, uma nova crise financeira atinge a Mooney que retira o TBM700 de produção, no lado americano.
Tendo a produção na França, o TBM 700 se tornou o sucesso que é hoje e evoluiu ao longo dos anos para atender às demandas do mercado, resultando em várias subvariantes:
• TBM 700A: Versão inicial de produção equipada com um motor Pratt & Whitney Canada PT6A-64 e conjunto de aviônicos inteiramente fornecido pela Bendix King.
• TBM 700B: Nessa versão foi introduzida uma porta de entrada mais ampla e uma porta adicional para o piloto, como opcional. Também foi ampliado o peso máximo zero combustível e implementada outras melhorias para maior conforto e capacidade. Foi introduzido em 1999;
• TBM 700C1: Esse avião apresenta uma estrutura reforçada, novo sistema de ar condicionado e outras melhorias para maior versatilidade, como um compartimento de cargas próximo a cauda. Foi introduzido em 2003.
• TBM 700C2: Baseado no C1, teve a adição do GNSS Garmin 530, além de ter sido ampliado o peso máximo de decolagem, permitindo maior capacidade de carga útil e flexibilidade operacional. A versão “C” teve sua produção continuada até 2006, quando foi substituída pela próxima versão, o TBM 850.

As evoluções na série TBM 7 não se limitaram às subvariantes do TBM 700. Modelos subsequentes, como o TBM 850, introduzido em 2006, incorporaram motores mais potentes, como o Pratt & Whitney Canada PT6A-66D, oferecendo maior velocidade de cruzeiro e desempenho aprimorado.
O problema recorrente de sobreaquecimento de bateria do TBM700 também foi solucionado na versão posterior.

O TBM 900, lançado em 2014, trouxe refinamentos aerodinâmicos significativos, incluindo winglets e um sistema de indução redesenhado, resultando em velocidades de cruzeiro superiores e maior eficiência de combustível.
O quadro de manetes também foi redesenhado a partir do 900, o que possibilitou a introdução de uma inovação fantástica ao mercado.
Assim como é natural para todo piloto, é comum visualizar uma manete para controle de potência – atrelada ao controle direto da FCU – uma manete para controle de rotação de hélice – o que controla o governador primário de hélice – e uma manete de condição de combustível – o que possibilita o acionamento do motor e a configuração de potência mínima em “idle” (low idle e high idle). Portanto, três manetes (além da manete de emergência).

No TBM900, as três antigas manetes foram substituídas por… UMA! Exatamente isso que leu, somente uma manete é responsável pelo acionamento do motor, controle de “low idle” e “high idle”, embandeiramente de hélice, potência, reverso, beta, etc…

Enfim, as inovações consolidaram a posição do TBM na aviação executiva, oferecendo uma combinação única de desempenho de jato leve com a eficiência e a economia de um monomotor turboélice.
De acordo com o site Aircraft Cost Calculator, a performance de cruzeiro de um TBM 850 pode chegar próximo a um Citation CJ1 e ao Phenom 100, porém a um custo total por ano inferior, como abaixo:
AERONAVE | HORAS TOTAIS POR ANO | CUSTO OPERACIONAL/ANO |
TBM 850 | 120h (37.920nm de voo/ano) | US $ 193.566,00 |
Citation CJ1 | 100h (37.920nm de voo/ano) | US $ 228.914,00 |
Phenom 100E | 103h (37.920nm de voo/ano) | US $ 246.001,00 |
* Dados obtidos pelo site aircraft cost calculator.
Diante do sucesso, o TBM7 se tornou uma escolha popular entre operadores que buscam velocidade, economia e confiabilidade. Inclusive, de acordo com a Daher, houveram a entrega de 1.187 aeronaves da série até 31 de dezembro de 2023 em todo o mundo.
As entregas por modelo são:
- TBM 700: 324 unidades, com produção entre 1990 e 2005;
- TBM 850: 338 unidades, com produção entre 2006 e 2013;
- TBM 900/910/930/960: 488 unidades, com produção atual.
Em resumo, o TBM 700 e suas evoluções subsequentes desempenharam um papel crucial na aviação executiva, estabelecendo novos padrões de desempenho e eficiência no segmento de turboélices monomotores.
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