Após anos buscando por um novo avião de combate, o Uruguai escolheu nesta semana seu novo vetor: o Embraer A-29 Super Tucano. A aquisição dos turboélices brasileiros foi confirmada aos senadores pelo ministro da Defesa Armando Castaingdebat na segunda-feira (08).
Segundo o El Pais, serão seis aviões EMB-314, em uma compra avaliada em US$ 100 milhões, financiada em um período entre 10 e 15 anos. Falando à Comissão de Defesa Nacional do Senado, Castaingdebat disse que a chegada dos Super Tucano seria um “antes e depois” para a Força Aérea Uruguaia (FAU), no que é uma “política de tentativa de blindagem da fronteira uruguaia.”
Embora a Embraer ainda não tenha confirmado as negociações, é uma boa notícia para a empresa, que tem conquistado mais clientes no setor militar com o cargueiro tático KC-390. Ainda na semana ada o governo de Portugal autorizou o início das negociações para a compra do A-29, marcando uma possível entrada do turboélice na Europa e na OTAN.
Se concretizada, será a primeira compra de aviões militares do país desde 1981. Conforme o levantamento World Air Forces 2024, a frota da FAU é composta por 40 aviões e helicópteros. A principal plataforma de combate do país é o Cessna A-37 Dragonfly, uma versão de ataque ao solo do treinador T-37 Tweet. Pelo menos sete aviões ainda estão com a FAU, embora fontes apontem que apenas dois estão em condições de voo.
São aeronaves veteranas e há cerca de 20 anos Montevidéu tem procurado substitutos, mas o baixo orçamento do país traz dificuldades. Diversos modelos foram avaliados, incluindo o supersônico leve T-50 Golden Eagle da Coreia do Sul e o jato de treinamento M346 Master da Itália. Agora, o Uruguai parece ter batido o martelo, selecionando uma plataforma comprovada.
Operado por 17 países, o A-29 Super Tucano é líder de marcado em sua categoria. Evolução de outro sucesso da Embraer, o EMB-312 Tucano, o A-29 cumpre missões como reconhecimento armado, ataque ao solo, vigilância e proteção de fronteiras e formação de pilotos de caça.
Armado com um par de metralhadoras .50 e capaz de usar armamentos inteligentes, o turboélice já foi empregado em combate na América do Sul, África e Oriente Médio. Seu principal usuário é o Brasil, que adquiriu quase 100 aviões como parte de uma ampla modernização da Força Aérea Brasileira (FAB) nos anos 2000. Além de tarefas operacionais, a FAB também usa o Super Tucano na Esquadrilha da Fumaça, sua equipe de demonstração aérea.
