<p><p>A Boeing acredita veementemente na família 787 Dreamliner, que apesar dos problemas no início das operações, está a usufruir de um grande sucesso em sua faixa de mercado, com muitas encomendas em comparação com o principal concorrente, o Airbus A330neo.</p>
<p>O Boeing 787 Dreamliner custou caro, foi desenvolvido do zero, teve problemas pendentes que foram resolvidos após a certificação, porém foi um avião projetado para ser totalmente flexível, gerando uma versão que tem 250 ageiros por padrão, e outra que comporta até 330 ageiros.</p>
<p>Como todo avião extremamente flexível, os problemas encontrados estão nas duas pontas: O 787-8 virou um avião pesado ao longo dos últimos anos, e a própria Boeing já fala em uma nova aeronave, já o 787-10 tem uma grande penalidade no alcance, em contrapartida de oferecer um maior espaço internamente, desta forma ele não substitui totalmente o 777-200.</p>
<p>Contudo, esse projeto tem suas qualidades. O 787-10 é bastante econômico para o número de ageiros transportados, e o 787-8 é versátil para uma companhia que já opera com o 787, além de ser mais econômico para aquelas que operavam até então com o A330-200.</p>
<figure id="attachment_19793" aria-describedby="caption-attachment-19793" style="width: 686px" class="wp-caption aligncenter"><img class="size-large wp-image-19793" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2017/02/C431zk9VcAA6One-1200x796.jpg" alt="" width="696" height="462" /><figcaption id="caption-attachment-19793" class="wp-caption-text">Foto &#8211; Boeing/Reprodução</figcaption></figure>
<p>E uma das últimas especulações está sendo um estudo da Boeing sobre o desenvolvimento de uma versão de longo alcance para o 787-10. Esta aeronave tem o tamanho similar ao 777-200, com um motor menos potente, devido à estrutura mais leve, e um alcance de 11900 quilômetros, que não é páreo para substituir diretamente o 777-200ER/LR.</p>
<p>Mas esse pequeno &#8220;problema&#8221; pode ser corrigido pela própria Boeing com duas alterações básicas: Tanques extras e aumento do Peso Máximo de Decolagem (MTOW, em Inglês).</p>
<p>Um aumento do MTOW significativo já foi realizado a pedido da Air New Zealand, como forma de conseguir uma melhor configuração de desempenho entre carga a bordo e volume de combustível no tanque. Com maior peso de decolagem máximo, você pode manter o padrão de carga, e adicionar mais combustível no tanque, e notavelmente você ganha maior alcance com mais combustível.</p>
<figure id="attachment_22220" aria-describedby="caption-attachment-22220" style="width: 686px" class="wp-caption aligncenter"><img class="size-large wp-image-22220" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2017/03/C8RgDSoV0AACfYq-1200x800.jpg" alt="" width="696" height="464" /><figcaption id="caption-attachment-22220" class="wp-caption-text">Foto &#8211; Boeing/Reprodução</figcaption></figure>
<p>Já os tanques extras não precisam de explicação, eles tomam espaço no porão de carga, mas aumentam consideravelmente a quantidade de combustível. Aqui a Boeing utilizou a mesma lógica para desenvolver aviões como o 777-200LR e o 777-300ER, aeronaves que por anos não tiveram concorrentes.</p>
<p>O aprimoramento do 787-10 apresenta algumas oportunidades para a Boeing, vamos conferir mais abaixo:</p>
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<li>Muitas aeronaves 777-200 e 777-300ER estão com mais de 10 anos de uso, e as companhias já buscam substitutos para esses aviões, algumas acham no 777X, outras no A350XWB.</li>
<li>Algumas companhias, como a Qantas e a Air New Zealand buscam aviões com autonomia estendida, para cumprir voos aos EUA e Europa sem escalas. A falta de opções acima dos 300 assentos faz essas companhias optarem pelo 787-9, dependendo da rota, limitando a oferta em rotas que antes eram realizadas pelo 747 e A380.</li>
<li>Outras companhias optaram pelo 777-8X, mas a Boeing atrasou o desenvolvimento dessa aeronave que acumula poucas encomendas, e representa um grande gasto de certificação que poderia ser alocado para o 787-10.</li>
<li>Oportunidade de concorrer com versões de longo alcance do A350-900 e A350-1000, fabricados pela Airbus.</li>
</ul>
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<p>Onde o 787-10 esbarra:</p>
<ul>
<li>MTOW pode ser limitado pela configuração do trem de pouso, que é a mesma do 787-8, porém com melhorias e reforços na estrutura.</li>
<li>Empuxo dos motores GEnx, os únicos que aceitam o 1º nível de MTOW. A GE oferece uma versão padrão com empuxo de 76100 lbs para o 787-10, mas há uma versão com capacidade de fornecer um empuxo de 80400 lbs. Com tanques extras, e peso de decolagem máximo ainda maior, a GE precisaria subir minimamente a potência dos motores GEnx.</li>
</ul>
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<p>Todas essas qualidades e dificuldades precisam ser estudadas pela Boeing nos próximos meses, antes de decidir fazer uma versão de longo alcance, da maior variante do Boeing 787.</p>
<p>Como facilidade para a empresa norte-americana, está o fato de muitas companhias em todo planeta utilizarem o 787 Dreamliner, com facilidade de mão de obra, e comunalidade de clientes.</p>
<p>A dificuldade é composta pela capacidade de engenharia da Boeing comandar tantos programas de desenvolvimento ao mesmo tempo. Atualmente a fabricante norte-americana trabalha para resolver os problemas do 737 MAX, ao mesmo tempo que estuda o projeto NMA e desenvolve o 777, que enfrenta alguns problemas de projeto no motor GE. Em poucos anos muitos dizem que a Boeing vai começar a trabalhar no substituto do 737 MAX.</p>
<p>Esse é um assunto que com certeza está em pauta na gerência de engenharia da Boeing, mas o resultado da decisão só vamos descobrir ao longo dos anos.</p>
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<p style="text-align: center;"><strong><em>Curiosidades de comparação</em></strong></p>
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<p><strong>Assentos</strong></p>
<p><img class="aligncenter size-full wp-image-67758" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2019/08/boeing-787-seating-by-lift.jpg" alt="" width="768" height="432" /></p>
<p>A LATAM Brasil equipou seus aviões Boeing 777-300ER com 410 assentos, sendo 38 assentos na Business Class, 50 na Classe Economy, que fornece maior espaço para as pernas, além de 322 assentos na Classe Econômica Padrão.</p>
<p>A Vietnam Airlines equipou seu 1º Boeing 787-10 com 367 assentos, sendo 24 na classe executiva e 343 na classe econômica.</p>
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<p><strong>Combustível, peso e tamanho</strong></p>
<p>O Boeing 777-200ER tem um Operating Empty Weight (OEW) de 138100 kg, e pode levar até 137460 kg de combustível a bordo, para operar voos de aproximadamente 14305 km com 301 ageiros a bordo.</p>
<p>O MTOW do Boeing 777-200ER varia de 263080 a 297550 kg, depende da versão escolhida pela companhia aérea.</p>
<p>Já o Boeing 787-10 tem um Operating Empty Weight (OEW) 135500 kg, e pode levar até 101456 kg de combustível a bordo, para operar voos de aproximadamente 11750 km, com 336 ageiros a bordo.</p>
<p>O MTOW do Boeing 787-10 é de 254000 kg, considerando uma versão padrão listada pela Boeing. Aqui desconsideramos aquele acréscimo que a Boeing concederá para os aviões da Air New Zealand.</p>
<p><em>*Considerada versões com motorização GE, de acordo com uma lista da Boeing de desempenho de cada aeronave.</em></p>
<p>O Boeing 777-200ER tem uma envergadura de 60,93 metros, com comprimento da fuselagem de 63,73 metros.</p>
<p>Já o Boeing 787-10 tem uma envergadura de 60,12 metros e comprimento de 68,28 metros, ficando em capacidade entre o 777-200 e o 777-300ER.</p>
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<p style="text-align: center;"><strong>2ª Curiosidade</strong></p>
<figure id="attachment_42223" aria-describedby="caption-attachment-42223" style="width: 686px" class="wp-caption aligncenter"><img class="wp-image-42223 size-large" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2016/04/Air-777-number-2002-1-1200x960.jpg" alt="" width="696" height="557" /><figcaption id="caption-attachment-42223" class="wp-caption-text">777-300ER surgiu tarde, mas fez sucesso. Foto &#8211; Boeing</figcaption></figure>
<p>Atendendo aos pedidos do mercado, a Boeing entregou o primeiro 777-300ER em 2004, cerca de 10 anos após entregar o primeiro avião da família 777. Desde então essa versão foi um sucesso, com mais de 809 aeronaves entregues.</p>
<p>Em comparação, o 777-300 teve apenas 60 unidades fabricadas em todos esses anos de permanência da família 777 no mercado.</p></p>

Boeing 787-10 de Longo Alcance representa uma oportunidade para a Boeing
por '@pedro
